Nuno vacas Energias Renováveis

As energias renováveis na Agricultura – Nuno Vacas

Num futuro próximo, as energias renováveis vão contribuir de modo significativo para a eficiência energética e redução de emissões de gases de estufa no sector Agrícola e Agro-industrial.

Portugal tem condições edafoclimáticas muito competitivas em relação a outros países da Europa: clima, relevo, temperatura, radiação e vento para a produção de Energias Renováveis – Solar (fotovoltaica e térmica), Eólica e Biomassa. A energia solar, passível de ser convertida em energia fotovoltaica e térmica, é possivelmente a fonte privilegiada, já que Portugal permite um período médio de exposição solar anual de 2200 a 3000 horas, valor bastante superior aos obtidos nos países da Europa central, que possuem entre 1200 a 1700 horas.

O potencial de utilização das energias renováveis no sector Agrícola é enorme e ainda há muito por explorar (exemplos):

  • Fornecer energia eléctrica a lugares remotos – onde os custos da montagem de linhas eléctricas são superiores ao sistema fotovoltaico ou onde exista a impossibilidade deste tipo de fornecimento.
  • Alimentar sistemas autónomos, bombas de água para irrigação, sinalização, alimentação de sistemas de telecomunicação, etc.
  • A integração de módulos fotovoltaicos na envolvente dos edifícios (paredes e telhados) é uma aplicação recente, que pode representar reduções de custos de construção e energéticos.

Para se alcançar uma maior utilização das energias renováveis na nossa Agricultura é necessário um programa específico de apoio à implementação das energias renováveis no sector – soluções de autoconsumo, responder à sazonalidade da actividade e potências de energia específicas para a Agricultura. Importante também será a implementação de acções de formação que visem a eficiência energética em máquinas e equipamentos agrícolas e agro-indústrias. Esta formação terá como objectivos responder à problemática da diminuição da dependência energética, redução de custos/consumo, melhoria do rendimento global, e a sustentabilidade das explorações agrícolas (optimização da eficiência energética das mesmas), em sectores muito específicos, tais como regadio e culturas intensivas; aplicação de tecnologias inovadoras, melhoria na gestão de subprodutos e na eficiência energética das agro-indústrias.

Regadios mais eficientes:

  • Auditorias anuais aos Sistemas de Rega;
  • Introdução de novas tecnologias de rega mais eficientes;
  • Instalações de reservatórios de água;
  • Sistemas de medição de caudal;
  • Melhoria das redes de transporte e distribuição de água (tubagens, canais);
  • Avaliação em tempo real das necessidades de água;
  • Sistemas de bombagem, com variadores de frequência, baterias de condensadores, arrancadores suaves – Sistema de Bombagem/Equipamento de Rega – com energia fornecida através de painéis fotovoltaicos;
  • Automatização dos sistemas de comando e controlo à distância;
  • Tarifas mais adequadas (Negociação com Fornecedores, compra de energia agrupada, gestão dos horários, por forma a não consumir energia em horário ponta).

Figura 1 – Apoio à energia renovável nos programas de desenvolvimento rural para 2014-2020.

Figura 2 – Diminuição do efeito estufa (CO2) nas energias renováveis para o cenário de 2008 e 2020 para condições de aumento dos investimentos agrícolas em energia renovável.

Fonte/ Source: Final Report for the European Commission Directorate-General Agriculture and Rural Development – “Impacts of Renewable Energy on European Farmers – Creating Benefits for Farmers and Society” – 5 December 2011.

Assim, uma aposta nas Energias Renováveis é o caminho a seguir para alcançar a melhor eficiência energética nas máquinas e equipamentos agrícolas e agro-indústrias.

A curto prazo, à que envidar esforços e congregar sinergias (Universidades, Associações de Agricultores e Agro-indústria) para tornar efectiva e cada vez mais acessível o investimento nesta área das Energias Renováveis.

https://ec.europa.eu/agriculture/sites/agriculture/files/external-studies/2012/renewable-energy-impacts/full_text_en.pdf

http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/ATAG/2016/593546/EPRS_ATA(2016)593546_EN.pdf

 

Nuno Vacas

Responsável pela Manutenção e Logística da AGROMAIS

 


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