As autoridades moçambicanas foram obrigadas a arrombar o portão de um estaleiro para retirar 3.700 metros cúbicos de madeira vendida em hasta pública, mas cuja entrega estava a ser recusada pelo antigo proprietário, disse hoje fonte oficial.
“Confirmo que tivemos de recorrer a uma autorização judicial para poder ter acesso ao estaleiro”, arrombado na sexta-feira, onde estava retida a madeira, disse Hermelinda Maquenze, diretora do serviço provincial do ambiente em Sofala, em declarações a jornalistas.
Trata-se de cerca de 3.700 metros cúbicos de madeira apreendida por corte ilegal em 2021 e vendida em hasta pública.
O comprador tentou retirar a madeira, mas o proprietário do estaleiro, de nacionalidade chinesa e que está foragido, não permitiu, segundo relata a imprensa local.
A diretora do serviço do ambiente disse que as autoridades decidiram arrombar o estaleiro para fazer “cumprir a decisão do Estado”.
“Como Estado e Governo, a nossa missão é fazer cumprir [a lei]”, frisou.
Vários relatórios internacionais e internos têm apontado para a delapidação de recursos florestais em Moçambique, devido à exploração desenfreada de madeira para exportação, que tem como principal destino a China.
Apesar de uma atuação cada vez mais acutilante das autoridades contra essa prática, não cessam relatos de apreensões frequentes de grandes quantidades de madeira ilegalmente exportada.