BAD financia reconstrução de estrada em zona agrícola de São Tomé e Príncipe

O Banco Africano de Desenvolvimento financiou com 829,929 mil euros a reconstrução de 2,4 quilómetros de estrada numa zona agrícola de São Tomé e Príncipe para incentivar a produção e facilitar o escoamento de produtos, anunciou a instituição.

O financiamento é destinado à construção da via em betão betuminoso e em calçada, no prazo de seis meses, para a melhoria da ligação entre as localidades de Cruzeiro e Milagrosa, no distrito de Mé-zóchi.

A representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no país, Ceutónia Lima, sublinhou que esta instituição “tem como uma das bandeiras o desenvolvimento do setor agrícola”, sendo que esta infraestrutura soma-se a outras já construídas no país no quadro das ações “para melhorar a participação do setor agrícola no crescimento e desenvolvimento do país”.

“Nós temos investido no acesso e que permite o escoamento de produção agrícola, tem também havido algum investimento nas unidades de transformação agrícola, nas melhorias de técnicas de produção com sistema de irrigação gota a gota, e a ideia é pensar nas cadeias de valor que tragam valor acrescentado para a exportação”, disse Ceutónia Lima.

“Este investimento permitirá uma melhor e acessível circulação de pessoas e bens, fazendo com que facilmente possamos fazer chegar os nossos produtos ao mercado e em termos de doenças e partos não enfrentaremos as dificuldades que vinham enfrentando ao longo dos anos” afirmou, por seu lado, a representante da comunidade, Elsa Sardanha.

Esta foi a primeira obra lançada pelo primeiro-ministro são-tomense desde a posse do Governo, em novembro do ano passado.

Patrice Trovoada considerou que “essa estrada vai permitir que esta comunidade, que é de gente boa e trabalhadora”, possa ver “o benefício do trabalho e de todo o sacrifício que têm diariamente para poderem sustentar” as famílias.

“A estrada é o desenvolvimento e neste ano que entramos que é um ano difícil em termos de inflação, segurança alimentar, é preciso percebermos que se não tivermos estradas prioritariamente para as zonas de produção, a nossa vida, a nossa alimentação, o nosso orçamento familiar vai sofrer, porque a falta de estrada é que tem causado o aumento do preço dos produtos agrícolas e tem causado também a desmotivação dos agricultores, porque os produtos não só são caros, mas estragam-se no mato também”, afirmou o primeiro-ministro.

Patrice Trovoada afirmou ainda que “o objetivo do Governo é continuar a construir e reabilitar estradas, sobretudo nas zonas de produção”, sendo que as mesmas serão construídas já com os materiais e mecanismos que permitirão às empresas de telecomunicações levar mais facilmente os serviços de internet de fibra ótica para as comunidades rurais.

“O outro fator de desenvolvimento vai ser trazer a internet às comunidades, para as escolas e para as pessoas e se assim prepararmos as infraestruturas, mais fácil vão ser os próximos passos”, sublinhou o primeiro-ministro, que apelou à empresa construtora para aproveitar a mão-de-obra local durante a execução do projeto.

Patrice Trovoada prometeu ainda trabalhar futuramente para resolver o problema de falta de água potável e energia elétrica que afeta algumas comunidades.


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