Biotecnologia

Biotecnologia como uma esperança da Humanidade?

Inovação: entre 2011 e 2019, o volume de negócios do sector cresceu 33%, mas é preciso mais para aproximar Portugal da média europeia. Peritos apontam que o país tem massa crítica e recursos humanos, falta mais captação de investimento

O desenvolvimento da ciência é um processo permanentemente inacabado e a bio­tecnologia é disso exemplo. Da saúde à alimentação, são várias as áreas que a engenharia genética está a revolucionar ao ritmo dos avanços tecnológicos. Nas ciências da vida, a pandemia foi, até agora, o pináculo do seu potencial. “Sem bio­tecnologia estávamos ainda todos com máscaras, apavorados e dentro de uma gruta”, afiança o investigador Bruno Silva-Santos, do Instituto de Medicina Molecular (iMM). Os peritos apontam que Portugal tem as condições para vingar neste sector a nível internacional, mas para que o sonho seja alcançado é preciso quebrar barreiras ao seu desenvolvimento.

“A biotecnologia, apesar de ainda ser um sector de pequena dimensão, tem um grande potencial de transformação”, acredita Simão Soares. O presidente da associação P-Bio não tem dúvidas de que o país “pode ser um hub” de especialização nesta área, com capacidade para ter presença forte nos “mercados globais”. Entre 2011 e 2019, o volume de negócios do sector cresceu 33%. Mas é preciso mais. De acordo com dados do estudo “Portugal Biotech”, o volume de negócios destas empresas inovadoras atingiu, em 2019, o patamar de €36,5 milhões — uma média de €337,8 mil por cada empresa. Na União Europeia a média fixa-se nos €10,4 milhões por empresa.

O contributo para o equilíbrio da balança comercial por via da exportação poderá vir a crescer. Atualmente, metade das biotech nacionais exportam já cerca de 60%, valores que podem aumentar em percentagem e em valores absolutos se forem ultrapassadas as barreiras que ainda estrangulam o crescimento. Entre as principais, o investigador Henrique Veiga Fernandes, da Fundação Champalimaud, destaca a retenção de talento especializado, um ecossistema de empresas “dinâmicas e prontas para assumir o risco”, bem como a capacidade de atração de investimento a médio e longo prazo. “O financiamento público e privado precisa de ser sustentável [no tempo e na previsibilidade] e um compromisso da sociedade”, aponta.

A “importância estratégica” da bio­tecnologia em Portugal é inegável, considera a presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A também investigadora […]

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