Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Agosto de 2021

Previsões Agrícolas

As previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para um aumento da produtividade dos pomares. Nas pomóideas, destaque para os aumentos na maçã (+15%) e na pera (+40%), recuperando para níveis de produtividade acima da média dos últimos cinco anos. De referir que, atendendo às temperaturas amenas e à baixa radiação nas principais regiões produtoras, os frutos estão a apresentar um teor de açúcar inferior ao normal. Nas prunóideas prevê-se para o pêssego um aumento de 20% no rendimento unitário, face à campanha anterior. Na amêndoa, e beneficiando da entrada em plena produção dos novos pomares, a produtividade também deverá subir 20%, para mais de 0,7 toneladas por hectare, nível mais elevado das últimas duas décadas. Quanto às vinhas, estima-se uma produtividade na uva para vinho semelhante à alcançada na vindima anterior e um aumento de 5% na uva de mesa.

Nas culturas de primavera, prevê-se a manutenção da área de milho para grão, apesar do aumento do preço desta commodity nos mercados internacionais. A colheita do tomate para a indústria começou na última semana de julho e as primeiras indicações apontam para produtividades historicamente elevadas (acima das 98 toneladas por hectare). No arroz, continuam as dificuldades no controlo das infestantes, com impacto no rendimento unitário previsivelmente alcançado (5,4 toneladas por hectare, -4% face à média do último quinquénio). A batata de regadio deverá reduzir a produtividade em 5%, face à campanha anterior.

Quanto aos cereais de inverno, com as colheitas bastante avançadas, os cenários são de diminuição generalizada na produção, essencialmente devido aos reduzidos teores de humidade do solo na fase de enchimento do grão. Esperam-se reduções de produção de 15% no trigo duro, triticale e aveia, de 10% no trigo mole e cevada e de 5% no centeio.

Gado, aves e coelhos abatidos

O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em junho de 2021 foi 37 676 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 7,0% (+7,0% em maio), devido ao menor volume de abate registado nos suínos (-10,7%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 31 319 toneladas, o que representou um acréscimo de 8,9% (+4,4% em maio), devido ao maior volume de abate ocorrido nas principais espécies de aves, nomeadamente galináceos (+10,3%), perus (+2,1%), patos (+4,3%) e codornizes (+7,2%), tendo os coelhos registado praticamente uma manutenção (+0,2%).

Produção de aves e ovos

O volume de frango aumentou 12,7%, com uma produção de 26 961 toneladas (-5,9% em maio), tendo em número de cabeças registado também um acréscimo de 13,1% (+2,9% em maio). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou uma redução de 2,5% (-12,6% em maio), situando-se nas 9 283 toneladas.

Produção de leite e produtos lácteos

A recolha de leite de vaca foi 166,4 mil toneladas, o que representou praticamente uma manutenção, -0,2% (+0,5% em maio). O volume de produtos lácteos teve uma redução de 4,1% (+0,1% em maio), principalmente devido à quebra de produção de leite para consumo, que registou um decréscimo de 4,5%, mas também da nata para consumo (-12,1%), do queijo de vaca (-10,6%), dos leites acidificados (-0,5%) e da manteiga (-0,5%).

Pescado capturado

O volume de capturas de pescado em Portugal diminuiu 13,0% (+19,2% em maio), justificado pela menor captura de peixes marinhos (sobretudo cavala), mas também carapau, peixe-espada e atuns. Às 10 483 toneladas de pescado correspondeu uma receita de 28 259 mil euros, valor que representou um aumento de 5,0% (+29,4% em maio).

O preço médio do pescado descarregado foi 2,58 Euros/kg, ou seja, um acréscimo de 17,9% (+8,0% em maio).

Preços e índices de preços agrícolas

Em julho de 2021, as variações mais significativas, em módulo, no índice de preços de produtos agrícolas no produtor, foram observadas na batata (+52,9%), azeite a granel (+26,2%), ovos (+22,4%), ovinos e caprinos (+9,8%), frutos (+7,4%) e suínos (+7,2%).

Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos hortícolas frescos (+10,0%), bovinos (-26,7%), batata (-12,2%), suínos (-12,1%) e aves de capoeira (-10,6%).

Em junho de 2021, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou uma variação positiva de 7,2% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) aumentou 3,6%. Relativamente ao mês anterior, assistiu-se a um aumento de 0,8% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente, enquanto que no índice de preços de bens e serviços de investimento houve uma variação de +0,3%.

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Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2021

O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.


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