Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de janeiro , apontam para que a campanha oleícola de 2021 atinja a maior produção de azeite de sempre (2,25 milhões de hectolitros), consequência das excelentes condições agrometeorológicas ao longo da campanha e da profunda reestruturação da fileira, da qual se destaca a importância crescente dos olivais intensivos.
Em contrapartida, observam-se já os efeitos negativos da seca meteorológica severa e extrema que, no final de janeiro, afetava 45% do território continental. Um dos setores mais penalizados tem sido a produção pecuária, em particular a extensiva, devido às fracas condições de pastoreio, que obrigam a uma suplementação extraordinária destes efetivos.
Na cerealicultura também se registam impactos, quer na diminuição das áreas semeadas (previsivelmente, a menor dos últimos cem anos), quer no fraco desenvolvimento vegetativo das searas de sequeiro. Este cenário de seca, aliado à subida dos preços dos meios de produção, tem gerado incerteza e preocupação crescente no setor.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em dezembro de 2021 foi 40 584 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 0,9% (+3,7% em novembro), devido ao menor volume de abate registado nos bovinos (-1,8%) e suínos (-0,9%).
No ano 2021 (dados preliminares) o volume total do gado abatido indica um acréscimo em relação a 2020 (+1,5%), devido ao aumento registado em todas as espécies, nomeadamente, bovinos (+5,3%), suínos (+0,3%), ovinos (+9,4%), caprinos (+14,8%) e equídeos (+11,8%), em relação ao ano transato.
O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 32 488 toneladas o que representou um decréscimo de 0,6% (-5,2% em novembro), devido ao menor volume de abate de perus (-13,6%), codornizes (-18,6%) e coelhos (-9,8%).
Os dados preliminares de 2021 relativos ao volume total de aves e coelhos abatidos apontam para um aumento de 1,3%, resultante do maior volume de abate de galináceos (+0,9%), perus (+3,8%), patos (+1,1%) e codornizes (+17,1%). Os coelhos apresentaram um decréscimo de 3,8%, face a 2020.
Produção de aves e ovos
O volume de frango diminuiu 9,9%, com uma produção de 25 764 toneladas (-13,3% em novembro), tendo o decréscimo em número de cabeças sido de 11,0% (-1,5% em novembro). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou uma diminuição de 6,2% (+3,8% em novembro), situando-se nas 10 132 toneladas.
Os dados preliminares de 2021 apontam para uma variação negativa do volume de produção de frango (-3,7%), indicando a produção de ovos para consumo também um decréscimo de 3,5%, quando comparada com o ano 2020.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 152,5 mil toneladas, o que representou uma redução de 2,1% (-1,4% em novembro). O
volume total de produtos lácteos teve um decréscimo de 12,9% (-5,1% em novembro), devido à notória redução do
leite para consumo (-18,4%), mas também da nata para consumo (-11,3%) e dos leites acidificados (-1,4%).
Os dados preliminares de 2021 indicam um decréscimo de 0,7% na recolha anual de leite de vaca e de 5,0% no volume total de produtos lácteos.
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 19,3% (+66,7% em novembro), justificado pela maior captura de moluscos e crustáceos. Às 4 904 toneladas de pescado correspondeu uma receita de 21 258 mil euros, valor que representou um acréscimo de 34,0% (+60,1% em novembro). O preço médio do pescado descarregado foi 4,22 Euros/kg, ou seja, um aumento de 11,5% (-6,5% em novembro).
Em 2021 (dados preliminares) a quantidade de pescado capturado aumentou 27,3%, face a 2020. O valor das capturas registou também um acréscimo de 27,8%, resultando num decréscimo de 0,9% no preço médio do pescado, que se situou nos 2,28 €/Kg (2,30€/Kg em 2020).
Preços e índices de preços agrícolas
Em janeiro de 2022, as variações mais significativas, em módulo, no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas nos ovos (+29,5%), azeite a granel (+24,5%), aves de capoeira (+18,8%), ovinos e caprinos (+12,7%), hortícolas frescos (-25,6%), batata (-20,3%) e suínos (-10.3%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos bovinos (+20,6%), frutos (+10,1%) e ovinos e caprinos (-11,8%).
Em dezembro de 2021, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou uma variação positiva de 35,5% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) aumentou 4,3%. Relativamente ao mês anterior, assistiu-se a um aumento de 0,7% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente, enquanto que no índice de preços de bens e serviços de investimento não houve qualquer variação.
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O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.