Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 28 de fevereiro, apontam para uma campanha de cereais de inverno muito condicionada pelos efeitos negativos da seca meteorológica que, no final de fevereiro, afetava 96% do território continental. O risco associado à instalação destas culturas em período de escassez hídrica, conjugado com o aumento dos preços dos meios de produção, contrariou uma eventual resposta positiva dos produtores à subida das cotações destas commodities, prevendo-se que a superfície instalada (102 mil hectares) seja a menor dos últimos cem anos. O desenvolvimento vegetativo tem sido muito deficiente, sendo que apenas as searas instaladas nos solos com maior aptidão cerealífera ainda poderão beneficiar da precipitação do final de inverno/princípio da primavera. Estima-se, para a aveia, uma diminuição de 40% na produtividade, face a 2021. De referir que o setor agropecuário também está a ser bastante afetado por estas condições meteorológicas e de mercado, com necessidades crescentes de utilização de alimentos conservados, a preços superiores aos habitualmente observados.
Quanto à campanha oleícola de 2021, as previsões apontam para a maior produção de sempre, com cerca de 2,35 milhões de hectolitros de azeite, maioritariamente com baixa acidez e boas caraterísticas organoléticas.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em janeiro de 2022 foi 38 157 toneladas, o que correspondeu a um acréscimo de 2,2% (-0,9% em dezembro), devido ao maior volume de abate registado nas principais espécies: bovinos (+5,4%), suínos (+1,3%), ovinos (+10,3%) e caprinos (+47,8%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 29 944 toneladas, o que representou um acréscimo de 6,1% (-0,6% em dezembro), devido ao maior volume de abate de galináceos (+5,5%), perus (+4,5%) e patos (+49,6%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango aumentou 2,5%, com uma produção de 24 186 toneladas (-9,9% em dezembro), tendo o acréscimo em número de cabeças sido de 4,5% (-11,0% em dezembro). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou igualmente um volume de produção superior em 12,9% (-6,2% em dezembro), situando-se nas 9 760 toneladas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 157,9 mil toneladas, o que representou uma redução de 1,2% (-2,1% em dezembro). O volume total de produtos lácteos decresceu 5,9% (-12,9% em dezembro), devido sobretudo à redução do leite para consumo (-10,2%), mas também da manteiga (-1,4%) e da nata para consumo (-0,5%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 30,0% (+19,3% em dezembro), justificado pela maior captura de peixes marinhos (nomeadamente biqueirão), bem como de moluscos e crustáceos. Às 6 317 toneladas de pescado correspondeu uma receita de 27 298 mil euros, valor que representou um acréscimo de 51,4% (+34,0% em dezembro).
O preço médio do pescado descarregado foi 4,17 Euros/kg, ou seja, um aumento de 14,9% (+11,5% em dezembro).
Preços e índices de preços agrícolas
Em fevereiro de 2022, as variações mais significativas, em módulo, no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas nos ovos (+30,9%), ovinos e caprinos (+21,9%), aves de capoeira (+17,4%), azeite a granel (+12,8%), bovinos e plantas e flores (ambos com +10,5%), batata (-21,2%) e suínos (-6,0%).
Em comparação com o mês anterior , as variações de maior amplitude verificaram-se nos bovinos (+26,9%), hortícolas frescos (+22,9%), plantas e flores (+7,7%) e suínos (+7,3%).
Em dezembro de 2021, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou uma variação positiva de 32,7% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) aumentou 4,3%. Relativamente ao mês anterior, assistiu-se a um aumento de 1,3% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente, enquanto que no índice de preços de bens e serviços de investimento não houve qualquer variação.