O Brasil, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, estima produzir um recorde de 289,6 milhões de toneladas de grãos na colheita que começou este mês (2021-2022), informou hoje o Ministério da Agricultura.
A colheita de grãos que o Brasil estima atingir entre agosto de 2021 e julho de 2022 deverá superar em 12,7% a do período 2019-2020, que foi de 257,01 milhões de toneladas e até agora a maior da história do país, segundo uma projeção divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Essa produção foi ligeiramente reduzida na colheita 2020-2021, calculada em 253,98 milhões de toneladas (-1,2%), em função da forte seca que atingiu o Brasil nos primeiros meses deste ano e das geadas que castigaram as colheitas em julho, de acordo com o órgão vinculado ao Ministério da Agricultura.
Contudo, a produção deverá bater um novo recorde na colheita iniciada este mês graças ao facto de o Brasil atingir um cultivo histórico tanto de soja (141,3 milhões de toneladas), quanto de milho (115,9 milhões de toneladas), os dois principais produtos.
Isso ocorrerá apesar de algumas colheitas, como a de café, registarem uma queda na produção devido às geadas que atingiram os cafezais, sendo que os seus efeitos só se sentirão nos próximos meses.
A primeira projeção da Conab para a próxima colheita de grãos foi elaborada com base nas projeções dos cultivos de soja, arroz, milho, algodão e feijão, que representam cerca de 94% da produção de grãos do país.
Segundo a companhia, além da produção recorde de soja e milho, a projeção prevê um ligeiro aumento na colheita de arroz, uma forte recuperação da colheita de algodão, impulsionada pelo esperado salto nas exportações, e a manutenção da atual área plantada com feijão, mas com aumento de produtividade.
O aumento da produção será impulsionado não só pelo crescimento da área plantada e da produtividade, mas também pelos atuais elevados preços das matérias-primas no mercado internacional.
“Projetamos uma colheita recorde de 289,6 milhões de toneladas e já rumamos à marca dos 300 milhões de toneladas graças principalmente à produção recorde de milho e soja, que permitirá ao Brasil continuar sendo o maior exportador mundial de soja”, afirmou o diretor da companhia, Guilherme Ribeiro.
Na videoconferência em que apresentou o estudo, Ribeiro afirmou que a expectativa para a colheita é de recuperação, apesar de ainda permanecerem as incertezas globais devido à pandemia de covid-19.
Segundo a entidade, as exportações brasileiras de soja chegarão a 83,42 milhões de toneladas este ano e crescerão em 2022 para 87,58 milhões de toneladas, graças ao facto de a área cultivada aumentar para 39,91 milhões de hectares.
No caso do milho, a Conab prevê um aumento de 29% na produção depois de os cultivos terem sido fortemente atingidos pela seca e geadas deste ano. Já as exportações de milho passarão de 23,5 milhões de toneladas este ano para 39 milhões de toneladas em 2022.
A colheita de arroz chegará a 11,8 milhões de toneladas, com ligeiro aumento de 0,4%.
O estudo prevê que a produção de algodão aumentará 15,8% e chegará a 2,71 milhões de toneladas, fruto do crescimento de 13,4% na área plantada, que ficará em 1,55 milhões de hectares.