O Brasil colherá 271,9 milhões de toneladas de grãos em 2022, safra 7,4% superior à de 2021, e que, se confirmada, será novo recorde para o país, segundo projeções divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil este ano será histórica, apesar de se manterem as condições climáticas que afetaram o setor em 2021, com forte estiagem nos estados do sul do país e no Mato Grosso do Sul, importante celeiro, que permite prever perdas na safra de soja.
Essas condições climáticas negativas já obrigaram o IBGE a baixar duas vezes consecutivas sua projeção para a safra deste ano, de 278 milhões de toneladas calculadas em dezembro para 277,1 milhões de toneladas previstas em janeiro e para até 271,9 milhões de toneladas na projeção atual.
Apesar dessa situação, a produção de 2022 superará a de 2021 em quase 20 toneladas, quando o Brasil colheu 253,2 milhões de toneladas, volume 0,4% inferior ao de 2020 (254,1 milhões de toneladas), o maior da história do país.
O crescimento da produção em 2022 será possível devido à expansão de 3,8% da área plantada, que passou de 68,6 milhões de hectares em 2021 para 71,2 milhões de hectares em 2022, segundo projeções do órgão de estatísticas do Governo brasileiro.
Soja, milho e arroz, nessa ordem, são os três grãos mais produzidos pelo Brasil, juntos representarão 87,8% da área total colhida e 93% da produção total.
A área plantada com milho aumentou 5,8%, a destinada ao algodão 7,2% e a soja 3,6% (até 40,4 milhões de hectares), enquanto as áreas cultivadas com trigo e arroz caíram 1,7% e 0,9%, respetivamente.
A previsão é que o Brasil colha uma safra de 131,8 milhões de toneladas de soja este ano, com redução de 2,3% face a 2021, mas essa queda será compensada por um aumento de 25,2% na produção de milho, que deverá atingir o recorde de 109,9 milhões de toneladas.
A safra de arroz, por sua vez, será de 11 milhões de toneladas, com redução de 4,9% face a 2021.
A projeção de produção de algodão é de 6,3 milhões de toneladas, com aumento de 8,8% em relação ao ano passado.
Para o café, grão do qual o Brasil é o maior produtor e exportador mundial, o IBGE prevê uma produção de 55,7 milhões de sacas (de 60 quilos), o equivalente a 55,7 milhões de toneladas e equivalente a um aumento de 12,5% face a 2021.
No ano passado, a produção de soja foi de 134,9 milhões de toneladas, um aumento de 11% face a 2020, milho 87,8 milhões de toneladas (-15,0%), arroz 11,6 milhões de toneladas (+5,2%), trigo 7,8 milhões de toneladas (25,8%) e algodão 5,8 milhões de toneladas (-17,5%).