O Brasil, o maior produtor e fornecedor mundial de café, registou receitas recorde de exportação de café entre janeiro e julho, de 5.231 milhões de dólares, informou hoje a associação patronal do setor.
O volume de negócios aumentou 62,4% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o balanço divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em termos de volume, o Brasil exportou 22,4 milhões sacos (de 60 quilogramas) de grão nos primeiros sete meses do ano, um volume 5,9% inferior ao do mesmo período de 2021.
O aumento das receitas deveu-se aos preços “elevados” do café, tanto no Brasil como no estrangeiro, e à variação cambial que contribuiu para a apreciação do dólar em relação ao real brasileiro.
Em julho, as exportações foram de 2,4 milhões de sacos, uma queda de 14,9% em comparação com o mesmo mês em 2021, enquanto o volume de negócios aumentou 40% (583,7 milhões de dólares).
Segundo o presidente da Cecafé, Günter Häusler, a colheita prossegue a um ritmo normal, mas os obstáculos logísticos têm contribuído para afetar as exportações.
“As fortes e recentes flutuações de preços, juntamente com a continuidade da guerra e as incertezas relacionadas com a macroeconomia global, reduziram a dinâmi ca de comercialização, fazendo com que os produtores analisassem os melhores cenários para realizar as vendas”, disse Häusler.
Entre os principais destinos do café brasileiro, os Estados Unidos continuam a ser o principal comprador, com 4,6 milhões de sacos adquiridos, seguidos pela Alemanha (4,0 milhões), Bélgica (1,9 milhões), Itália (1,8 milhões) e Japão (991.898 sacos).
O café arábica continua a liderar as vendas externas com 86,0%, seguido do café solúvel (9,7%) e do robusta (4,2%).
No ano passado, a potência sul-americana exportou 40,3 milhões de sacos do grão do cafeeiro, menos 9,7% do que em 2020.
Apesar da queda, as receitas das vendas no estrangeiro aumentaram 10,3%.