ortugal e o Brasil assinaram, esta quarta-feira, 20 acordos bilaterais no âmbito da justiça e políticas migratórias, entre outros temas. Numa conferência de imprensa em Brasília, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o presidente do Brasil, Lula da Siva, falaram acerca da coorperação entre os dois países, com Lula a dizer, no final da sua intervenção: “Afirmei ao primeiro-ministro Montenegro que precisamos desconstruir a narrativa que associa a imigração brasileira ao aumento da criminalidade em Portugal. Sabemos bem que não há espaço para racismo e xenofobia entre nós”.
Depois, foi a vez de o primeiro-ministro português falar, na 14.ª cimeira luso-brasileira, dizendo que o encontro foi “preenchido com muito conteúdo”.
“É uma altura em que damos efetivamente corpo, uma evocação dos 200 anos das nossas relações diplomáticas – sempre segundo o princípio da perfeita amizade que une os nossos países e os nossos povos”, afirmou, depois de lembrar que também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou o país nos últimos dias.
“Quero destacar que o princípio que presidiu a todas as nossa conversas – e também decisões – foi o princípio de servirmos as as pessoas. De servirmos os nossos concidadãos, aqueles que temos sob a nossa responsabilidade direta, portugueses e brasileiros, aqueles que são os cidadãos que escolheram viver em Portugal e no Brasil, e também aqueles que vivem em todo o mundo – também olhámos para eles”, garantiu Montenegro.
Sublinhando que as comunidades em cada país atingem “talvez, o mais elevado de sempre”, Montenegro referiu que neste âmbito era necessária ainda mais responsabilidade. E respondeu ao apelo de Lula acerca de possíveis casos de racismo ou xenofobia: “Quero assegurar aos brasileiros, ao presidente e aos membros do governo do Brasil que, nós, em Portugal, temos uma relação de perfeita articulação com os brasileiros que escolheram viver em Portugal. São a maior comunidade de imigrantes que temos no nosso país, e por isso mesmo aqueles que está mais bem integrada – porque se não, não era tão grande”.
Apontando que existe estabilidade política e financeira em Portugal, Montenegro afirmou que a comunidade brasileira era “parte ativa” do contexto em que Portugal se inseria no nível europeu e global. “Isso é motivo para eu reconhecer a gratidão que o Governo português expressa àqueles que nos têm procurado para alimentar o seu sonho de alcançarem maior prosperidade para as suas famílias”, atirou.
Participam na 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, pela parte de Portugal, o primeiro-ministro e os ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, da Presidência, Defesa Nacional, Justiça, Educação, Saúde, Economia, Ambiente e Energia, Juventude e Modernização, Agricultura e Pescas, e Cultura.
A comitiva do Governo português chegou a Brasília na terça-feira e o primeiro-ministro acompanhou os dois últimos pontos da visita oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Brasil, que hoje regressa a Lisboa.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro seguirá da capital brasileira para São Paulo, onde irá encerrar um Fórum Económico Empresarial Luso-Brasileiro.
Na terça-feira, o Presidente da República anunciou que o Governo português planeia criar mais sete consulados, cinco dos quais no Brasil.
[Notícia atualizada às 16h33]
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