‘Brexit’, PAC, Portugal ou… um novo Alqueva – Editorial Teresa Silveira+Suplemento Agrovida

O Reino Unido ainda não abandonou a União Europeia (UE), mas os efeitos práticos negativos desse adeus ao projeto europeu já começam a bater-nos à porta. O inesperado resultado do referendo realizado a 23 de Junho de 2016 – 51,9% votos a favor do ‘Brexit’ contra 48,1% a favor da permanência na UE – já começa a fazer mossa em Portugal. Estimativas do Ministério da Agricultura partilhadas com a “Vida Económica” revelam que, fruto da redução de 8.364 milhões de euros nas receitas da UE causadas pela saída do Reino Unido, Portugal deverá perder 95,8 milhões de euros por ano da PAC a partir de 2020 (mais de 670 milhões nos sete anos do futuro quadro comunitário).

Mais: no total do pacote dos fundos europeus destinados a Portugal, a redução deverá chegar aos 328,8 milhões por ano no próximo período de enquadramento orçamental 2020-2027 (mais de 2300 milhões em sete anos). Se arrependimento matasse, talvez muitos britânicos já não estivessem entre nós, mas os resultados do referendo, muito embora não vinculativos, acabaram confirmados pelo parlamento britânico a 1 de Fevereiro último e, sendo assim, o ‘Brexit’ não terá volta. Theresa May vai agora poder ativar o Artigo 50º do Tratado de Lisboa e acionar oficialmente o processo de saída, o que se prevê possa suceder já na próxima semana. Não é, com certeza, o fim do mundo para os britânicos e muito menos para a UE ou para Portugal. Ainda assim, a matemática diz-nos que os mais de 2300 milhões de euros de fundos públicos que receberemos a menos de Bruxelas até 2027 não são ‘peanuts’. Basta pensar que, com esse montante, Portugal até poderia construir… um novo Alqueva.

 

→Descarregue aqui o suplemento – AGROVIDA – MARÇO 2017  do Jornal Vida Económica←

 

 

 


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