Caixas do Crédito Agrícola dão aval a novo presidente e a nova remuneração do ex-líder

A esmagadora das caixas regionais do grupo Crédito Agrícola que votaram na assembleia geral de sábado elegeram a nova administração executiva, presidida por Sérgio Frade, que fazia já parte da equipa presidida por Licínio Pina e que era a lista única sujeita a sufrágio. Todos os pontos da ordem de trabalhos – que incluía a deliberação de um salário de excepção para o presidente cessante num novo cargo mereceram luz verde.

“A lista única para os Órgãos Sociais da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, para o triénio 2025/2027, liderada por Sérgio Raposo Frade no Conselho de Administração Executivo, foi eleita com mais de 96% dos votos em Assembleia Geral ocorrida no passado sábado”, segundo o comunicado enviado pelo Crédito Agrícola às redacções. O PÚBLICO questionou o banco sobre que entidades não deram a sua aprovação, mas não obteve ainda resposta.

Esta é uma vitória de continuidade (Frade estava na administração desde 2013 e tem o pelouro financeiro desde 2017), até porque a lista tinha sido subscrita pelo Conselho Superior cessante. É uma forte maioria de aprovação depois de anos em que a administração executiva conduziu ao desaparecimento, por integração, de dezenas de caixas agrícolas: a Caixa Central é o órgão que assegura o protagonismo no grupo cooperativo que é composto por mais de 60 caixas agrícolas, espalhadas por mais de 600 balcões (a maior rede física do país, acima até da Caixa Geral de Depósitos). Nos últimos anos, com a necessidade de assegurar o cumprimento de mais exigentes regras de supervisão e regulação, tem havido fusões entre caixas regionais, o que o próprio Licínio Pina defende ter sido um trabalho “duro”, como admitiu na semana passada ao Expresso.

Mesmo assim, houve aprovação generalizada à liderança do até aqui administrador financeiro. O novo Conselho de Administração Executivo só conta com um outro elemento da administração que estava até aqui em funções (Ana Paula Raposo Freitas). De resto, há mais cinco novos nomes para a gestão executiva, parte vindos de caixas agrícolas regionais. Mas não entram já nos cargos.

“A tomada de posse fica sujeita à obtenção de autorização do Banco de Portugal para o exercício de funções dos membros do Conselho de Administração Executivo e do Conselho Geral e de Supervisão”, segundo o comunicado do grupo.

Unanimidade na nova remuneração de Licínio Pina

“Nesta Assembleia, que contou com a votação da totalidade das Caixas Associadas, todos os demais pontos da Ordem de Trabalhos foram aprovados por unanimidade”, segundo o comunicado, sendo que a assembleia geral tinha como discussão pontos como a aprovação do relatório e contas de 2024, mas não só.

Outro dos assuntos em discussão este sábado dizia respeito à remuneração proposta para Licínio Pina, que deixa de ser presidente-executivo (CEO) e foi aprovado como presidente do Conselho Superior, órgão com funções consultivas. Licínio Pina terá um ordenado de 9500 euros por dedicação de “cinco a seis dias por mês” neste novo papel, como o PÚBLICO noticiou antes da AG. É uma remuneração superior à que estava em vigor até aqui no cargo, justificada por uma maior disponibilidade de tempo.

O Crédito Agrícola é o sétimo maior banco português, tendo em 2024 registado lucros recorde, como todo o sector, por conta ainda do efeito que as elevadas taxas de juro tiveram nos créditos. No primeiro trimestre deste ano, o banco registou já uma quebra dos resultados, obtendo um lucro de 99,8 milhões de euros, menos 13% do que em igual período de 2024.

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