
A polinização é feita, sobretudo, pelo vento (polinização anemófila), embora os animais que comem os frutos – onde se incluem mamíferos e aves, como coelhos, raposas, gaivotas e melros – também ajudem a dispersar as suas sementes.
Depois de polinizadas, já com o verão a anunciar-se, as plantas femininas desenvolvem pequenos frutos arredondados, semelhantes a bagas, que passam de verdes a brancas ao amadurecer. Com cinco a oito milímetros de diâmetro e cerca de meia grama de peso, lembram pequenas pérolas perfumadas, de polpa suculenta. Durante a maturação, o seu branco torna-se levemente translúcido (deixando as sementes visíveis) e por vezes rosado.
O branco deve-se à presença de dois ácidos triterpénicos – ácidos ursólico e oleanólico – que, além darem uma tonalidade pouco comum ao fruto, têm propriedades benéficas identificadas, nomeadamente antioxidantes e anti-inflamatórias.
A camarinheira feminina frutifica em pleno verão e as suas pérolas comestíveis têm um sabor doce, embora levemente ácido – o que lhes traz uma agradável nota cítrica de frescura –, e libertam um aroma melado. No interior existem, normalmente, três sementes muito rígidas. Foi o nome destes frutos, as camarinhas, que acabou por designar as plantas, tornando-as mais conhecidas como camarinhas do que como camarinheiras.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.