Capacidade negocial na aquisição de fatores de produção – Miguel Reis

Nos dias de hoje a criação de uma dimensão crítica torna-se fundamental para aumentar a capacidade negocial da produção nacional.

Porque se trata de um desafio nacional que é fundamental vencer, gostava de vos trazer um exemplo que conheço bem e que “foge” aos exemplos mais tradicionais porque se trata de um exemplo ligado à criação de capacidade negocial na aquisição de fatores de produção agrícola.

O manacial de trabalho administrativo que recai sobre a produção, a necessidade constante de formação profissional por via da legislação do sector, bem como as grandes alterações a que temos assistido ao nível de recursos tecnológicos disponíveis que se traduzem, por exemplo, na redução significativa do portefólio de soluções que a produção tem ao seu dispor para a proteção das suas culturas, leva-nos a concluir que “uma voz única” para fazer face a todos estes desafios que se colocam hoje à produção, fará todo o sentido.

Foi claramente nesse sentido o rumo traçado pela AGROMAIS quando, há praticamente 15 anosi, criou a AGROMAIS PLUS e se iniciou no negócio dos fatores de produção para os seus associados.

Com estas duas estruturas e uma ligação muito estreita à AGROTEJO, foi criada uma forte estrutura de apoio ao sucesso dos agricultores do Norte do Vale do Tejo.

No que diz respeito à AGROMAIS PLUS, estes (quase) 15 anos são a prova que é muito interessante integrar a aquisição de fatores de produção em estruturas organizadas ligadas à produção.

Faz claramente a diferença em termos económicos e comerciais uma proximidade estreita com o consumo. Negociar com fabricantes e distribuidores dos diversos fatores de produção podendo colocar em cima da mesa das negociações perto de 10.000 ha de consumo potencial faz toda a diferença e inverte, de algum modo, alguma falta de capacidade negocial tradicional da produção.

Mas as vantagens da escala não se reduzem apenas à máxima “comprar mais para comprar melhor”. Toda a regulamentação nacional e comunitária, bem como todo um conjunto de referenciais de mercado (HACCP, BRC, GLOBALGAP, …) que tem vindo a regulamentar o sector agrícola, vem tornar uma necessidade imperiosa a concentração e comunhão de interesses nesta área, no sentido de permitir aumentar a capacidade negocial da produção.

Deste modo consideramos que também saem fortalecidos os aspetos agronómicos e ambientais da atividade, uma vez que uma estrutura unificada reduz drasticamente o comércio de produtos obsoletos e, eventualmente, ilegais e dinamiza substancialmente a introdução de novas soluções.

Nunca como hoje, concentrar a formação, a produção e a comercialização dos inputs agrícolas numa única “plataforma” fez tanto sentido.

É isso que temos feito e que iremos continuar a fazer!

Miguel Reis
AGROMAIS PLUS


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