Carlos da Camara: “Há uma clara diminuição da precipitação: os cinco anos mais secos dos últimos 126 são todos do século XXI”

O climatologista Carlos da Camara sublinhou que são os fenómenos extremos, e não a subida da temperatura média, que devem preocupar os portugueses, sobretudo a diminuição da precipitação, as ondas de calor e os furacões

Sob o mote “Um mundo a ferver”, Carlos da Camara começou por avisar que não estava no VISÃO Fest para “colocar água na fervura”. “Até porque a água é um bem muito escasso em Portugal e na Península”, gracejou, durante a sua apresentação, no Planetário de Marinha, em Lisboa.

Fazendo uma analogia com as finanças pessoais, o climatologista explicou que, “tal como em nossa casa, tem de haver um balanço entre o [rendimento] que entra e o que gastamos, caso contrário o sistema entra em colapso – acontece o mesmo com a nossa Terra”. A atmosfera, continuou, está a reter cada vez mais energia, vinda do sol, quando, para manter o equilíbrio, tem de sair a mesma energia que entra. Por causa disso, a temperatura – “o medidor desse equilíbrio” – está a aumentar.

“É verdade que já tivemos a mesma concentração de CO2 na atmosfera que temos hoje, mas a taxa de aumento é brutal.” O professor universitário diz que, desde 1958, quando começaram os registos globais fiáveis, a temperatura tem vindo sempre a aumentar, com ligeiras diminuições ocasionais relacionadas com a atividade vulcânica ou […]

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