A castanha está formada, mas o ouriço não cai da árvore. O frio de junho e julho, a juntar à vespa-das-galhas-do-castanheiro, são os grandes responsáveis pelo facto deste fruto ser ainda escasso, sendo por isso necessário esperar para que ele apareça em quantidade para que o seu custo também baixe.
Mas para quem não resiste ao seu cheirinho nas ruas de qualquer cidade de norte a sul do país, há que pagá-las caras. Por exemplo, nas ruas da capital, a dúzia já está a 3,5 euros (o ano passado custavam 2 euros), quase o mesmo valor do quilograma que certos supermercados anunciaram nas suas promoções para assinalar o São Martinho. No entanto, há superfícies comerciais a vender castanhas acima dos 5 euros o quilograma.
O frio e a chuva chegaram em quantidade em novembro, contrariamente à quantidade de castanhas, que sofreram justamente com as condições climatéricas e que levaram ao atraso do amadurecimento do fruto. Isso mesmo confirmou, à agência Lusa, o investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, José Gomes Laranjo, que explicou que a falta de desenvolvimento do fruto se deveu ao “período da polinização, que acontece em junho, julho“, isto, porque “esteve muito frio, houve dias muito frios e isso condicionou a polinização”.
Portugal produz, anualmente, cerca de 40 a 45 mil toneladas de castanhas e as entidades responsáveis asseguram que há castanha suficiente para consumo interno, nomeadamente para abastecer os imensos festivais em honra deste fruto, apesar da muita procura externa, sobretudo de mercados que também sofreram com as agruras do tempo desfavorável para o desenvolvimento deste fruto.