- Em 2020, o défice de madeira de pinho poderá ser superior a 50% das necessidades de consumo industrial.
- Área de pinheiro-bravo em Portugal diminuiu de 1 milhão de hectares para cerca de 500 mil hectares nos últimos 20 anos.
- Apenas para recuperar a área ardida em 2017, é necessário plantar 19 milhões de plantas, por ano, nos próximos cinco anos.
É necessário mais ação para alterar a perda de pinhal que se encontra a colocar a fileira do pinho em perigo, alerta o Centro PINUS – associação representativa da fileira. De acordo com dados desta organização, daqui a dois anos, em 2020, estima-se que o défice de madeira de pinho seja superior a 50% das necessidades de consumo industrial.
Um problema tanto maior, quando se tem em conta que, de acordo com dados de 2017, a fileira do pinho vale 1,7 milhões em exportações – 3% das exportações nacionais.
A importância do setor reflete-se ainda no seu peso social. O pinheiro-bravo é responsável por 80% dos empregos no setor e pela fixação populacional nas regiões mais desfavorecidas. São cerca de 54 mil pessoas e 88% das empresas da área industrial que dependem de uma fileira que está presente no dia-a-dia dos portugueses há séculos.
Apesar da importância da fileira do pinho, a área de pinheiro-bravo em Portugal tem diminuído drasticamente nos últimos 20 anos de 1 milhão de hectares para cerca de 500 mil hectares. Só para recuperar a área ardida apenas no ano de 2017 é necessário plantar 19 milhões de plantas, por ano, nos próximos cinco anos.
O impacto dos incêndios de 2017 torna o tema da sustentabilidade da floresta, assim, mais premente e urgente do que nunca. Nos últimos 20 anos, o Centro PINUS tem tido uma ação importante na partilha de conhecimento e na proposta das medidas políticas mais prementes para solucionar esta problemática.
De acordo com o presidente do Centro PINUS, João Gonçalves, “a criação do Centro PINUS acontece por termos identificado algumas lacunas que já se verificavam na fileira à data, em 1998”. “Era previsível o défice de madeira de pinho que começava a preocupar as indústrias. Uniram-se forças e conhecimento dos grandes nomes da indústria e criou-se a associação que viria a valorizar um bem tão português como o pinheiro-bravo. Tarefa árdua e que ainda hoje se mantêm e para a qual todos trabalhamos”, acrescenta.
O 20.º aniversário do Centro PINUS assinala-se no dia 21 de Setembro, numa conferência em Coimbra onde se pretende pensar no futuro com os olhos postos nas aprendizagens do passado.