A Comissão Europeia propôs no dia 22 de julho a “derrogação temporária, a curto prazo, das regras sobre rotação de culturas e manutenção de características não produtivas em terra arável”. A Confederação Europeia dos Produtos de Milho (CEPM) denuncia e condena o facto de o milho e a soja não serem tidos em conta sob o pretexto de que estas culturas se destinam à alimentação animal.
Em comunicado, a associação nota que “os produtos animais também contribuem para a soberania alimentar europeia e para uma reduzida dependência de fertilizantes sintéticos”.
A CEPM deseja também salientar que “uma proporção significativa do milho europeu é utilizada diretamente para consumo humano, particularmente sob a forma de sêmola, amido e milho doce.”
A entidade recorda ainda que a Ucrânia é o quarto maior exportador mundial de milho (16% das exportações mundiais) e o primeiro fornecedor da UE (55% das suas importações), realçando o impacto da guerra nesta cultura.
A CEPM defende que a Comissão Europeia deve assegurar “a coerência entre as suas políticas comerciais, agrícolas e ambientais, caso contrário reforçará a tendência observada nos últimos anos da soberania agrícola e alimentar da União Europeia ser posta em causa e a quota-parte das importações de milho de países que não respeitam os elevados padrões de produção seguidos pelos produtores europeus, continuará a aumentar”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.