Chega e PCP dizem que momento é de união. Debate deve ficar para depois

Em reação, na Assembleia da República, ao Conselho de Ministros extraordinário desta terça-feira sobre os incêndios, o Chega, pelo deputado Pedro Frazão, e o PCP, por António Filipe, salientaram que as medidas anunciadas pelo Governo foram positivas e as necessárias, dado o atual cenário.

Pedro Frazão considerou, porém, que o “Governo tem uma tendência para anunciar em cima do momento, e a quente, algumas medidas para tentar apaziguar a opinião pública”, mas disse que o anunciado reforço da investigação dos órgãos de polícia criminal é positivo.

“No entanto, é preciso saber como é que ela [a investigação] é feita. E também aqui sublinhar que não adianta estar a reforçar a investigação de um crime que já foi cometido, se ao mesmo tempo não se fizer a prevenção desse crime. E aqui, na prevenção do crime, está exatamente tratar os incendiários como terroristas e, ao mesmo tempo, fazer toda a reforma florestal que o país necessita”, defendeu.

O Chega voltou a defender um agravamento da moldura penal para incendiários, apelando que estes sejam “encarcerados” durante a época de incêndios, mas sublinhou que este é um debate que terá de ser feito posteriormente. Para o partido, não é “altura para fazer a avaliação da resposta do Governo”, mas, sim, de solidariedade com a “luta nacional”.

António Filipe disse que o PCP não vê “nada de criticável nos anúncios que o Governo fez”, tendo em conta a gravidade da situação em vários concelhos do país.

O deputado comunista considerou ainda que o país está novamente confrontado com a “necessidade de refletir muito seriamente sobre as causas desta situação”, mas que este não é o momento.

“Esse momento chegará e esse debate deve fazer-se. Agora, na situação em que estamos, o momento ainda é de mobilização de esforços para o combate aos incêndios que continuam a lavrar pelo país, de manifestar toda a nossa solidariedade às populações afetadas e a todos os que estão a combater estes incêndios”, acrescentou o deputado.

Sobre as palavras do primeiro-ministro no Conselho de Ministros desta terça-feira, António Filipe sublinhou que, apesar da atual situação motivar reações “muito emotivas”, o “combate à criminalidade exige também a necessária serenidade”.

“Não é pelo caráter mais violento ou mais ou menos contundente das palavras do primeiro-ministro que a situação se resolve. Nós temos confiança na Polícia Judiciária, nas demais forças de segurança, na GNR, enfim, nas várias forças de segurança chamadas a intervir, confiamos na sua competência”, garantiu.

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