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Cientistas querem apanhar moscas

Criador das estações de captura massiva sublinha a sustentabilidade ambiental que acompanha estas armadilhas no combate à mosca-da-azeitona.

A Universidade de Évora desenvolveu três dispositivos para captura em massa de insetos voadores, em particular a mosca-da-azeitona. Funcionam nos olivais tradicionais, no intensivo e superintensivo, estando os sistemas a aguardar atribuição de patente europeia.

O criador das estações de captura massiva começa por sublinhar a sustentabilidade ambiental que acompanha estas armadilhas no combate à mosca-da-azeitona. “Tem grandes vantagens, porque não faz uso de pesticidas ou de produtos tóxicos aplicados na natureza”, explica Fernando Rei, investigador no Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento.

A mosca-da-azeitona é apontada como a praga chave do olival, podendo reduzir em mais de 90% a produção de azeitona para azeite, pelo que o objetivo das estações passa por “tentar capturar o máximo de uma população de uma praga, de maneira a reduzir essa população, deixando de ter presença significativa numa cultura”, explica o investigador.

Para funcionar com a maior eficácia o sistema de caça às moscas do futuro deve de ser colocado assim que a praga dá os primeiros sinais. “Isto não é um produto químico, que nós aplicamos e que devido à sua ação tóxica tem uma atuação imediata. Isto é um método que tem que ir capturando os indivíduos e tem que ser colocado assim que praga aparece na cultura”, ressalva.

A defesa das oliveiras requer a instalação de apenas 11 a 12 destas estações por hectare, traduzindo um número bem menor face ao sistema utilizado até aqui pelos olivicultores, que recorrem às armadilhas do tipo Olipe. Consiste na utilização de uma garrafa de plástico de litro e meio com uma solução que atrai os insetos adultos. Porém são necessárias 57 armadilhas por hectare.

Fernando Rei revela que os modelos de estações de captura têm a forma cilíndrica, possuindo duas extremidades abertas para maximizar a circulação do ar no interior. A abertura superior permite a libertação dos voláteis que atraem as moscas ao redor da armadilha, a uma distância de pelo menos dez metros.

“Os voláteis atraem as fêmeas, porque pensam vão ali encontrar alimento, e atraem os machos, que seguem a feromona, pensando que vão encontrar a fêmea, mas são atraídos para dentro da armadilha”, explica, assegurando duas vantagens: “reduzir a população de moscas no olival e reduzir a sua fecundação. Temos menos ovos ou ovos não fecundados na azeitona.”

No projeto desenvolvido pelo laboratório de Entomologia da Universidade de Évora, as duas estações de captura apresentam um desenho externo semelhante, embora uma possua um eletrocutor e outra placas amarelas com adesivo.

Para além destes dois dispositivos, foi também criada uma armadilha “horizontal-tubular”. O dispositivo possui um corpo externo tubular e um esqueleto em espiral ou linear, sendo afixado horizontalmente. No seu interior é colocada uma solução atrativa volátil, adicionada com inseticida.

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