sindicato nacional proteçao civil

CIM Viseu Dão Lafões, Dignidade e Respeito aos Trabalhadores

O Sindicato Nacional da Proteção Civil, vem desta forma denunciar o estado deprimente e medieval, que se vive nas Brigadas de Sapadores Florestais da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.

Todo o território continental, encontra-se em aviso amarelo, devido à chuva forte, acompanhada de trovoada e rajadas fortes, segundo fonte do IPMA, o que pudemos assistir em Sanguinhedo das Maças, concelho de Viseu, deixa-nos incrédulos, como um organismo público gerido por 14 municípios, trata os seus trabalhadores, fazendo-os trabalhar debaixo de chuva torrencial e sem qualquer abrigo, uma vez que as carrinhas que lhes estão afetas não se encontravam no local. É revoltante assistir a tais condições de trabalho.

O SNPC condena esta atitude da CIMVDL e desafia os 14 presidentes dos municípios, a saírem do conforto dos seus escritórios, a vestirem a farda de Sapador Florestal e a trabalharem nas mesmas condições que vimos no dia de hoje. É lamentável e revoltante que uma entidade pública, que se diz defensora dos trabalhadores permita estas situações.

É preciso trabalhar, todos nós sabemos que o trabalho tem que ser feito, mas vemos os trabalhadores dos 14 municípios recolhidos ou a tratar de outras coisas, abrigados do mau tempo e depois vemos uma realidade completamente diferente na CIMVDL. Questionamos que diferença haverá entre um assistente operacional do município de Viseu e um assistente operacional da CIMVDL. Certamente haverá muitas, a começar pelo planeamento e acabando no respeito dos trabalhadores.

Planeamento é coisa que será uma miragem na CIMVDL, em dias de alerta de mau tempo, estes trabalhadores deveriam estar empenhados em ações de formação, manutenção de equipamentos ou até gozar dias compensatórios fruto da sua atividade ligada aos incêndios rurais.

Também não compreendemos a estratégia da intimidação, da repressão, do assédio, da linguagem ofensiva, que esta comunidade intermunicipal tem com os seus trabalhadores. As ameaças constantes com recurso a processos disciplinares revelam da parte da CIMVDL a mediocridade de uma entidade que detém um protocolo com a Comissão de Igualdade de Género (CIG), e onde afirma que terá um “futuro sustentável para a região Viseu Dão Lafões, enquanto território que realiza efetivamente os direitos humanos e assegura plenamente a participação de todas e de todos”.

Mais uma vez se prova que neste organismo o prato do dia é o vinho e o turismo e que o respeito pelos trabalhadores é apenas mais uma miragem, num deserto intelectual de pessoas medíocres, que se saciam usando o chicote verbal, revelando a sua prepotência enquanto dirigentes num organismo público, que deveria de ser o pilar do respeito e dos valores democráticos da nossa república.

Virá agora a CIMVDL, desmentir todas estas acusações, uma vez que colocamos em causa a sua imagem e mostramos a face escondida aos olhos da população da Comunidade Intermunicipal e até dos 14 municípios, nem só de vinho e turismo vive o homem. E por isso mais uma vez lançamos o desafio aos 14 presidentes dos municípios que vão alegar desconhecimento depois de lerem este comunicado. Talvez o façam por desconhecimento de causa. Acreditamos que o Presidente da CIMVDL, Dr. Fernando Ruas, possa desconhecer todas estas situações, mas o que é mais grave é que assina de cruz, para que estas situações possam acontecer.

Saiam do conforto dos vossos escritórios, deixem os vossos municípios e juntem-se aos trabalhadores que executam funções de sapador florestal, num dia como hoje, de chuva forte, trovoada e rajadas fortes, debaixo de pinheiros, com uma roçadora de 15kg às costas, num fato de oleado que mais aprece um aquário depois de usado por 10 minutos e sem um local de abrigo em caso de alguma urgência.

Só assim saberão entender o porquê de termos denunciado esta situação, porque sabemos que não iriam gostar, sabemos que não iriam permitir se fossem os vossos filhos, irmãos ou netos.

É preciso por fim a este clima selvagem em que se encontra a CIMVDL no que toca as Brigadas de Sapadores Florestais, precisamos de mais respeito, dignidade, condições laborais e que se acabe de vez com o clima intimidatório, que se vive num organismo público.

Respeitem os acordos firmados com a Comissão de Igualdade e Género.

RESPEITEM os trabalhadores, respeitem-se a vocês próprios.

Fonte: SNPC


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