Combate ao gorgulho-do-eucalipto entra em nova fase

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) deu início à 4ª fase do plano para controlo da praga do gorgulho-do-eucalipto, incide na monitorização e controlo das populações deste inseto, na investigação, e na sensibilização e formação dos vários agentes da floresta.

O gorgulho-do-eucalipto é uma das principais ameaças da produtividade florestal em eucaliptal, cuja praga motivou um Plano de Controlo nacional iniciado em 2011 e revisto este ano pelo ICNF.

“Um ataque de gorgulho-do-eucalipto pode resultar numa perda de produtividade na ordem dos 50% e, em última análise, na morte das árvores”, adianta o ICNF, estimando-se que “mais de 150 mil hectares do eucaliptal nacional estejam afetados pelo inseto, tendo já originado prejuízos gravíssimos para a fileira do eucalipto e para a economia nacional”.

No trabalho desenvolvido, o ICNF tem contado com a colaboração da CELPA – Associação da Indústria Papeleira e das suas associadas Altri Florestal e The Navigator Company (através do Instituto RAIZ) na disponibilização dos inventários e monitorizações fitossanitários que realiza desde 2010.

A distribuição da praga incide no litoral Norte e a Norte do Médio-Tejo, com uma expressão relevante em povoamentos de Eucalyptus globulus e maior vulnerabilidade em altitude.

O RAIZ realiza anualmente o levantamento dos estragos causados por gorgulho-do-eucalipto no património sob gestão da Navigator, numa área de cerca de 30 000 ha de eucaliptal com mais de 1 ano, no Norte e Centro do País. Em 2020, identificou um nível de ataque moderado ou superior em 2 280 ha, mantendo-se uma tendência geral de decréscimo da área afetada pela praga. Este levantamento, no entanto, não é representativo das plantações de eucalipto em Portugal onde, genericamente, a perceção é de que os danos não têm diminuído.

Praga identificada em 1995

Detetado pela primeira vez em Portugal em 1995, o gorgulho-do-eucalipto (Gonipterus platensis Marelli) é um inseto desfolhador que se alimenta sobretudo de folhas terminais, com maior incidência em eucaliptais acima dos 500 metros de altitude.

Em Portugal, o gorgulho-do-eucalipto apresenta duas gerações por ano, na Primavera e no Outono, sendo nestas alturas que se regista maior quantidade de posturas e de larvas. Prefere as folhas adultas recém-formadas, pelo que os eucaliptos mais suscetíveis ao ataque são os que se encontram em transição de folha jovem para adulta, entre os 2 a 4 anos de idade, e os adultos.

A revisão do Plano do Controlo do gorgulho-do-eucalipto pode ser consultada aqui

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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