Combater pragas com estratégias naturais

Especialistas defendem que as caixas-ninho e os hotéis de insetos promovem o equilíbrio biológico nos ecossistemas.

Promover o equilíbrio biológico nos ecossistemas e controlar as pragas de forma natural. Esta foi a conclusão de uma conferência promovida pelo projeto Life Resilience, cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia, que abordou métodos de prevenção para o aparecimento da bactéria Xylella fastidiosa em explorações de alta densidade de olival e amendoal.

A importância destas estratégias sustentáveis está no estímulo que estas representam para a biodiversidade nos ecossistemas, como referiu Teresa Carrillo, diretora do projeto Life Resilience. “Estas práticas permitem aumentar a biodiversidade e reduzir o consumo de água, a pegada de carbono e a incidência de pragas e doenças sem comprometer o desempenho da exploração”, afirmou aquela responsável durante o evento que pode assistir aqui.

caixas ninho

As caixas-ninho são abrigos que as aves utilizam para a instalação dos seus ninhos, fixando-as na região, enquanto os hotéis para insetos constituem pequenas construções que oferecem refúgio a insetos que habitam determinados ecossistemas e ali desenvolvem atividade polinizadora, além de um efetivo controlo de pragas.

Conservação da biodiversidade em Espirra

Empresa que gere um património florestal de cerca de 107 mil hectares em Portugal continental, a The Navigator Company tem implementado as caixas-ninho como parte da sua estratégia de conservação da biodiversidade, com o objetivo de promover o controlo natural de pragas nas espécies florestais.

Uma destas ações aconteceu no início de 2020 na Herdade de Espirra, em Pegões, permitindo que aves florestais como o chapim, a carriça e a trepadeira-azul – que se alimentam de pragas como a cobrilha – possam fazer ali a sua nidificação.

Colocadas em espécies florestais como o sobreiro (Quercus suber), o pinheiro-manso (Pinus pinea) e o eucalipto (Eucalyptus globulus), as caixas-ninho em Espirra são monitorizadas a cada primavera, para avaliar as espécies que as ocuparam e o sucesso em termos da sua reprodução.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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