Os investigadores estão a unir forças com as indústrias alimentares e de saúde para reforçar os controlos e melhorar a nutrição dos lactentes e das crianças.
Se “somos o que comemos”, como diz o ditado, a qualidade dos alimentos é a chave para a nossa saúde. E à medida que a produção e o comércio de alimentos aumentam em resposta a uma maior procura global, os controlos de segurança e qualidade tornaram-se ainda mais vitais.
O impacto da dieta na saúde é por demais evidente. A obesidade a nível mundial quase triplicou desde 1975 e, na Europa, afeta quase 60% dos adultos e quase uma em cada três crianças. A diabetes também está a aumentar e a Europa tem um número marcadamente elevado de crianças do tipo 1 com 295 mil casos registados em 2021.
Controlos de qualidade
Comer uma dieta variada e saudável pode aumentar o bem-estar geral e reduzir o risco de doenças a longo prazo. Além disso, os consumidores exigem uma maior transparência da cadeia alimentar na sequência de incidentes de fraude alimentar, tais como a contaminação de leite em pó infantil com melamina em 2008, a descoberta de fipronil nos ovos em 2017 e surtos esporádicos de salmonela.
“Os sistemas de segurança alimentar na Europa são geralmente eficazes, mas acreditamos que é possível melhorar ainda mais os níveis de segurança e qualidade”, afirma Erwan Engel, diretor de investigação do Instituto Nacional Francês de Agricultura, Alimentação e Ambiente (INRAE). Engel coordena o projeto SAFFI financiado pela UE que reúne grandes organizações de investigação e produtores de alimentos para crianças da Europa e da China. Sendo os bebés, crianças e os jovens mais vulneráveis do que os adultos, e necessitando de uma nutrição de alta qualidade para crescerem, o projeto está a investigar formas de garantir maior segurança na produção.
Para além do leite materno, as fórmulas infantis e os alimentos para bebés são a parte mais importante da dieta alimentar de uma criança no primeiro ano de vida. Prevenir a contaminação microbiana ou química na cadeia de processamento é uma prioridade.
60 milhões de bocas
A SAFFI está a debruçar-se sobre os alimentos para as 15 milhões de crianças da UE e para as 45 milhões de crianças chinesas com menos de três anos de idade. Os parceiros concentram-se em quatro linhas alimentos infantis populares: fórmula láctea, mistura esterilizada de legumes com carne ou peixe, cereais infantis e purés de fruta.
O projeto realizou testes nas instalações de cinco empresas internacionais de alimentação infantil participantes – FrieslandCampina com sede nos Países Baixos, HiPP na Alemanha, o produtor grego YIOTIS e duas empresas chinesas, Beingmate e YFFC.
O objetivo era identificar os principais riscos tanto […]