cana de açúcar

Como é que uma toxina que deixa a cana-de-açúcar doente nos pode dar antibióticos?

Cientistas obtiveram o primeiro “retrato” da toxina albicidina a ligar-se à ADN-girase (uma proteína). Este conhecimento pode ser um contributo na luta contra bactérias resistentes a antibióticos.

Albicidina – já ouviu falar neste composto antimicrobiano? A cana-de-açúcar nem o pode ver aproximar-se. Afinal, esse é o composto de um agente patogénico que lhe causa doenças. Mas se para uns é prejudicial, para outros poderá trazer benefícios. A albicidina tem vindo a ser estudada como candidata a antibiótico. Esta semana deu-se um novo passo nessa busca: uma equipa europeia de cientistas anunciou que conseguiu observar como esse composto interage com os seus alvos. Desta forma, pode estar-se mais perto de se saber como se pode potenciar a sua actividade.

A albicidina pode vir a ser uma boa candidata a antibiótico, mas, por agora, ainda estamos a observá-la da bancada de laboratório. É daí que vamos ver o que se fez num artigo científico publicado recentemente na revista Nature Catalysis.

Primeiro, o melhor é conhecermos o protagonista desta bancada: a albicidina. É uma toxina produzida pela bactéria Xanthomonas albilineans, que causa doenças na cana-de-açúcar. Pensa-se que a bactéria usa a albicidina para atacar a planta. Mas também se sabe que esta toxina é altamente eficaz a matar bactérias resistentes a antibióticos como a Escherichia coli.

Contudo, nem sempre é fácil trabalhar com a albicidina em laboratório, realça um comunicado sobre o trabalho. Uma das grandes razões era o facto de os cientistas não saberem com exactidão como a albicidina interage com o seu alvo, a enzima ADN-girase, que é uma proteína com capacidade para organizar o ADN dentro da célula. “Esta actividade é essencial para que as bactérias consigam replicar a sua informação genética e proliferar”, explica Pedro Matos Pereira, responsável pelo laboratório de Biologia Intracelular de Infecções Microbianas no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa, que não fez parte do estudo.

Agora, uma equipa de cientistas da Polónia, Alemanha e Reino Unido obteve o primeiro “retrato” da […]

Continue a ler este artigo em Público.


Publicado

em

, ,

por

Etiquetas: