António Lopes Dias

Como nos alimentaremos em 2050 – António Lopes Dias

A dicotomia forçada entre a chamada agricultura “biológica” e “convencional” levam o consumidor a acreditar que existe uma agricultura boa e uma menos boa, o que afasta a população dos reais problemas

Todos reconhecemos a importância de uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes que contribuem para um estilo de vida saudável. Este é, aliás, um tópico que ninguém se atreve a questionar: todos queremos comer bem, de forma rica, diversificada e acessível a todos os níveis. Mas será que em 2050 será assim? Todos estamos atentos aos temas que movem multidões e dividem opiniões: redução do consumo de carne, sim ou não? Alimentos biológicos, mito ou verdade? Agricultura intensiva, benéfico ou prejudicial? Mas tornemos a pergunta mais simples para todos: frutas e legumes capazes de satisfazer as necessidades de um aumento populacional crescente, possível ou impossível? Será que em 2050 nos alimentaremos da forma como hoje conhecemos o nosso prato? A nossa cesta de frutas? A nossa gaveta de legumes? Estará o cidadão consciente de que a pera rocha, o tomate ou o azeite, como os conhecemos, podem ter a sua produção comprometida em 2050?

No último estudo à população portuguesa, realizado pela Universidade Católica, em colaboração com a ANIPLA, 93% dos inquiridos admite não saber que a produção alimentar terá de aumentar em 60% para responder às necessidades decorrentes do aumento populacional.


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