Conheça a cidade a 120 km de Portugal que foi evacuada por engano e hoje está abandonada

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No coração de uma província espanhola a 120 km de Portugal existe uma cidade fortificada que permanece desabitada há mais de meio século, fruto de uma decisão precipitada. Os moradores foram obrigados a abandonar as suas casas devido à construção de uma barragem, numa operação marcada pelo receio de inundações. Contudo, a água nunca chegou a cobrir a cidade, que se mantém preservada e transformou-se num museu a céu aberto.

Uma cidade medieval intacta

De acordo com o portal Idealista, a cidade de Granadilla foi fundada no século IX por muçulmanos, numa posição estratégica que permitia dominar o território circundante. O núcleo urbano foi protegido por uma muralha, sobre a qual se ergueu um castelo, hoje um dos pontos mais visitados da cidade.

Segundo a mesma fonte, o seu nome original era Granada, inspirado na forma circular das ruas, que lembrava a fruta romã. Após a conquista pelos Reis Católicos, passou a chamar-se Granadilla, e em 1446 integrou a Casa de Alba, onde permaneceu até ao século XIX.

O erro que levou à evacuação da cidade

O episódio que marcou definitivamente a história de Granadilla ocorreu em 1965. Refere o Idealista que a construção do reservatório Gabriel y Galán levou à evacuação obrigatória dos moradores, sob o risco de inundação iminente.

No entanto, o cenário que se temia nunca aconteceu: a água rodeia a cidade, mas não chegou a submergi-la, deixando-a isolada numa península protegida pela muralha.

Conforme o site da Diputación de Cáceres, o recinto fortificado tem origem almóada, construído maioritariamente em alvenaria, com a porta principal em cantaria. A cidade integra ainda a Torre Castillo, erguida pelo primeiro Duque de Alba, e a Igreja Paroquial de la Asunción, datada do século XVI.

Reabilitação e visitas

Após anos de abandono, em 1980, Granadilla foi declarada Conjunto Histórico-Artístico. Desde então, explica a mesma fonte, o Programa Interministerial de Aldeias Abandonadas tem promovido a recuperação de habitações e espaços públicos. Parte das casas pode ser visitada, recriando o quotidiano anterior ao despejo.

A cidade é hoje um ponto de interesse turístico e educativo, com acesso gratuito. A visita permite percorrer ruas medievais preservadas, subir à torre do castelo e observar a paisagem envolvente, onde o espelho de água da barragem molda uma península isolada.

Um museu ao ar livre

Acrescenta a publicação que Granadilla é facilmente acessível de carro, situando-se a cerca de meia hora de Plasencia e a 120 km de Portugal.

A cidade tornou-se um espaço de contacto com a história, a arquitetura tradicional e as memórias de uma comunidade que teve de abandonar o seu território.

Ao passear pelas ruas silenciosas, entre muralhas e casas recuperadas, a sensação é de atravessar um local suspenso no tempo. Granadilla, a cidade fantasma que o lago nunca ‘engoliu’, continua a surpreender visitantes e investigadores pela sua preservação.

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