Continente com desagravamento, mas Baixo Alentejo e Algarve mantêm seca moderada

Portugal continental registou em setembro um desagravamento da situação de seca meteorológica, mas o Baixo Alentejo e o Algarve mantêm-se na classe de seca moderada, segundo o último boletim climatológico do IPMA.

No final de setembro, 52% de Portugal continental estava em seca fraca, 34,3% normal e 13,7% em seca moderada, de acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI) disponível no ‘site’ do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA salienta que foi registado um desagravamento da situação de seca meteorológica em grande parte do território, mas no Baixo Alentejo e Algarve, ainda se mantém em muitos locais a classe de seca moderada.

No final de agosto, 58,9% de Portugal continental estava em seca fraca, 22,6% em seca normal, 18% em seca moderada e 0,5% em seca severa.

O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica.

A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.

Depois, à medida que o défice vai aumentando ao longo de dois, três meses, passa para uma seca agrícola, porque começa a haver deficiências ao nível da água no solo.

Se a situação se mantiver, evolui para seca hidrológica, quando começa a haver falta de água nas barragens. Existe também a seca socioeconómica, que é considerada quando já tem impacto na população.

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA indica também que o mês de setembro em Portugal continental foi quente em relação à temperatura do ar e normal em relação à precipitação.

Segundo o IPMA o valor médio da temperatura média do ar, 21,33 graus Celsius, foi superior ao normal.

Também o valor médio da temperatura máxima do ar, 28,23 graus, foi superior ao normal, sendo o 11.º valor mais alto desde 1931 e o 5.º mais alto desde 2000.

No que diz respeito ao valor médio da temperatura mínima do ar, 14,4 graus, também foi superior ao valor médio.

O IPMA destaca que o mês de setembro teve temperaturas acima do normal na primeira quinzena, em particular os da máxima, sendo de salientar os dias 3 a 6 e 12 e 13 com anomalias superiores a 6 graus.

Nestes dias ocorreu ainda uma onda de calor em alguns locais da região Centro.

Na segunda quinzena de setembro, registaram-se temperaturas abaixo do normal, sendo de destacar o dia 25 com o valor mais baixo da temperatura máxima (anomalia de -5,2 graus) e o dia 26 com valores mais baixos da temperatura média e mínima do ar (-4,1 e -4,5 graus respetivamente).

O IPMA refere ainda que o período de janeiro a setembro de 2020 é o mais quente dos últimos 90 anos (desde 1931).

Quanto ao valor médio da quantidade de precipitação em setembro (36,3 milímetros), foi ligeiramente inferior ao valor normal 1971-2000 (42,1 milímetros).

Durante o mês ocorreu precipitação apenas na 2.ª quinzena, em particular entre os dias 17 e 19 associada à passagem da tempestade subtropical Alpha.

Com a passagem desta depressão verificou-se também vento muito forte com os valores mais elevados (= 90 km/h) a ocorrerem no final da tarde do dia 18 nos distritos de Leiria e Coimbra.

De acordo com o boletim, no final do mês de setembro, verificou-se, em relação ao final de agosto um aumento dos valores de percentagem de água no solo nas regiões do Norte e Centro e uma diminuição na região Sul, em particular no Baixo Alentejo e Algarve.

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