Controlo de Qualidade: um caso prático – Pedro Santos

O Controlo de Qualidade na indústria alimentar é uma ferramenta essencial para garantir a confiança dos clientes e consumidores. Na campanha passada, fomos desafiados, pela António Silvestre Ferreira, a maior empresa produtora de uva de mesa do país (www.herdadevaledarosa.com.pt), para concebermos o seu sistema de Controlo de Qualidade.

 

Os responsáveis da empresa valorizaram a externalização deste serviço como forma de garantir a autonomia e a autoridade necessária para a aplicação efectiva dos controlos estabelecidos. Após o decorrer de uma campanha, o sistema é já considerado uma peça essencial para o desenvolvimento estratégico da empresa, cujo principal objectivo é colocar no mercado um produto de elevada qualidade.

Dada a especificidade do produto (uva de mesa) e da empresa, foi possível alargar o âmbito do Controlo de Qualidade a todas as fases do processo produtivo, desde a colheita até à expedição da uva. Definimos uma malha de amostragem compatível, a equipa necessária para a sua execução e desenvolvemos um sistema de recolha de dados numa base de dados que permite a emissão de relatórios semanais de evolução da qualidade do produto.

Os parâmetros avaliados tiveram em consideração os aspectos previstos na legislação para a comercialização de uva de mesa, além das definições dos cadernos de especificações dos clientes. Para cada parâmetro, foi considerado o limite previsto pelo cliente mais exigente.

Durante todo o processo foi dada particular relevância à comunicação interna. Todo o pessoal (cerca de 400 pessoas) foi informado dos critérios que integram o sistema, e todos os problemas encontrados no Controlo de Qualidade são imediatamente comunicados ao operador responsável e periodicamente divulgados a toda a organização. De forma a evitar a possível quebra de produtividade decorrente do Controlo de Qualidade, foi implementado um sistema de Avaliação de Desempenho que envolve a atribuição de prémios aos operadores mais eficientes (produtividade vs qualidade) e cumpridores das normas da empresa e, paralelamente, a penalização dos elementos menos eficientes e incumpridores dessas mesmas regras.

Não foi necessário mais do que uma campanha para verificar os efeitos que a aplicação do Sistema de Controlo de Qualidade teve na produtividade da empresa e na qualidade do produto. Tornar a remuneração dos operadores dependente da eficiência dos mesmos, por exemplo, teve uma contribuição surpreendente para a melhoria dos resultados da empresa. Os resultados obtidos permitem-nos mesmo estabelecer objectivos para a próxima campanha de forma mais ambiciosa e exigente: zero devoluções e zero reclamações!

Pedro Miguel Santos
Director-Geral da CONSULAI

A Gestão de Projectos na implementação de Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar – Pedro Santos


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