agricultura seca

Costa do Marfim arrisca-se a ficar sem florestas até 2050 – Presidente

O Presidente da Costa do Marfim alertou hoje que a floresta deste país africano poderá desaparecer até 2050 devido às alterações climáticas e desertificação, na abertura de uma conferência das Nações Unidas sobre a desertificação.

“A nossa cimeira está a realizar-se no contexto de uma emergência climática que está a afetar gravemente as nossas políticas de gestão de terras e a exacerbar o fenómeno da seca”, disse o Presidente Alassane Ouattara, na abertura da décima quinta Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), que hoje arrancou em Abidjan.

Menos conhecida que a reunião mundial sobre o clima, este encontro que junta vários presidentes africanos deverá aprovar a mobilização de 1,5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos (Iniciativa de Abidjan) para restaurar os “degradados ecossistemas florestais da Costa do Marfim e promover abordagens de gestão sustentável da terra”, de acordo com a organização da ONU.

“O nosso povo tem grandes esperanças em relação a nós. Não temos o direito de os desapontar. Vamos agir rapidamente, vamos agir em conjunto para dar uma nova vida às nossas terras”, vincou o Presidente costa-marfinense, numa sessão onde estiveram presentes os presidentes do Níger, Mohamed Bazoum, da República Democrática do Congo (RDCongo), Felix Tshisekedi, e da Nigéria, Muhammadu Buhari, esperando-se uma intervenção, ainda esta tarde, por parte do Presidente francês, Emmanuel Macron.

Desde 1900, a área florestal da Costa do Marfim caiu 80%, passando de 16 milhões de hectares para apenas 2,9 milhões no ano passado, um exemplo do grave problema de desertificação que o continente africano enfrenta.

“A conferência dará especial atenção à recuperação de mil milhões de hectares de terra degradada até 2030, assegurando a sustentabilidade do uso da terra face aos impactos das alterações climáticas, e combatendo o aumento dos riscos de catástrofes, tais como secas, tempestades de areia e poeira e incêndios florestais”, disse a UNCCD, numa declaração citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

Os participantes na COP15, que decorre até 20 de maio, vão também debater outras medidas concretas para travar o aumento da desertificação.


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