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Costa elogia bombeiros voluntários, Jaime Marte Soares elogia “o amigo Toninho”

O primeiro-ministro considerou hoje que os bombeiros voluntários continuam a ser “a coluna vertebral” da Proteção Civil, enquanto o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Soares, contou histórias da sua longa amizade com o “amigo Toninho”.

Esta troca de elogios entre o líder dos socialistas, acima identificado como “Toninho”, e o “histórico” autarca social-democrata aconteceu na inauguração do Museu da Liga dos Bombeiros Portugueses, em Lisboa.

Uma sessão marcada por um longo discurso de Jaime Marta Soares e pela condecoração de mais de uma dezena de pessoas, incluindo o bispo auxiliar de Lisboa, Américo Manuel Aguiar, que passou a ser capelão nacional dos bombeiros.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses começou por surpreender quando enviou “um abraço de solidariedade do tamanho do mundo, tanto em termos pessoais, como institucionais”, ao ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita.

“Chamem-me todos os nomes do mundo”, desafiou o antigo presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra.

No plano político, Jaime Marta Soares disse que ele e António Costa estiveram quase sempre em barricadas diferentes, sobretudo quando o atual primeiro-ministro desempenhou funções governativas na pasta Administração Interna, entre 2005/2007.

Depois, referiu que “cimentaram” a amizade quando ambos foram autarcas, Costa em Lisboa e ele ainda em Vila Nova de Poiares.

Contou então a história de ele e Costa estarem em Bruxelas, terem de regressar a Portugal, mas o espaço aéreo europeu estar fechado por causa das erupções de um vulcão na Islândia. Como solução de emergência, os dois decidiram apanhar o TGV até Paris, “porque depois era um salto até cá”.

Segundo Jaime Soares, mesmo já em plena gare central de Bruxelas, António Costa continuou a correr pela plataforma para apanhar o comboio. Já nas escadas do comboio, Costa olhou para trás para ver onde estava o seu companheiro de viagem, que se encontrava mais para trás.

“António Costa disse-me: Oh pá, Jaime, anda depressa! Eu, olhei para o chão e vi um bilhete de comboio já pisado. Apanhei o bilhete e perguntei-lhe: Oh Toninho, tens o teu bilhete?”

António Costa verificou os bolsos e não tinha já consigo o bilhete.

“Está descansado Toninho, que eu tenho o teu bilhete aqui na minha mão. Amizade com amizade se paga”, acrescentou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, já com a assistência a rir-se.

O primeiro-ministro, no seu discurso, defendeu o princípio de que todas as instituições têm de adaptar-se às mudanças e falou sobre as reformas introduzidas pelo seu Governo no sistema de Proteção Civil, sobretudo no que respeita à floresta.

“Sem prejuízo do voluntarismo continuar a ser a base da atividade dos bombeiros voluntários, temos vindo a introduzir equipas de intervenção permanente de forma a haver um núcleo profissional. Já não estamos no tempo em que, ao lado de uma associação humanitária, havia uma fábrica e, quando tocada a sirene, os operários podiam sair, apresentar-se no quartel e partir para responder à ocorrência”, referiu António Costa.

Hoje, de acordo como primeiro-ministro, em muitas regiões do país, “a desertificação também desertificou a disponibilidade de recursos humanos para os bombeiros voluntários. Por isso, como tudo na vida, temos de nos adaptar”, sustentou.

António Costa defendeu mesmo que o museu agora inaugurado é o testemunho da capacidade de mudança e de adaptação em todos os níveis por parte dos bombeiros ao longo do último século.

“Mas há algo absolutamente indiscutível: Temos de conseguir preservar e manter aquilo que tão importante possuímos e que é único. Temos uma estrutura de bombeiros voluntários como coluna vertebral do nosso sistema de Proteção Civil. Isso é indispensável para oi futuro do país”, salientou na sua intervenção.


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