Covid-19 na agricultura: “Reinventem-se!”

Pode a crise que vivemos ser um momento de viragem entre urbanos e rurais? Que oportunidades podem surgir? A pergunta, feita por Pedro Santos ao jornalista Camilo Lourenço, teve resposta crítica aos haters das redes sociais: “Durante muito tempo vivemos modas sucessivas que colocaram em causa muitas culturas, sistemas, opções… e uma boa parte disto é estupidez, porque hoje em dia é muito fácil dar opinião”, revela.  Mas, avança, “isto tem de ser contrariado, e nesta parte as estruturas ligadas ao setor não têm funcionado. Tem havido pouca preocupação de quem está na agricultura com o marketing para contrariar estas coisas. Para mim, a agricultura tem um problema complicado de falta de marketing”.

Camilo Lourenço colocou ênfase no tempo que o setor “às vezes” leva a reagir aos desafios, o que numa altura tão desafiante por ser fatal para muitas empresas: “Há empresas que vão conseguir adaptar-se e outras que vão morrer. Preferia que acordassem a tempo para reagir e a velocidade de reação tem de ser grande. Estamos todos preparados para isto? Não!  E é isso que faz a diferença. Reinventem-se! A reinvenção tem de estar presente em todos os setores e a agricultura não é exceção!”, pede.

O jornalista revelou ainda que não está tão preocupado com esta crise como esteve com a anterior “que tinha uma parte financeira associada, empresas endividadas e má situação dos bancos. E esse tipo de crise financeira tem custos maiores para a sociedade”, opina. Já a presente crise, “tem custos porque há uma paragem geral da economia e ninguém sabe quanto tempo vai durar… Mas, se preservarmos elementos fundamentais, teremos sempre um motor de arranque para voltar a funcionar, neste momento está parado, mas funciona. E com os bancos estáveis é fácil mais tarde voltar a arrancar, a questão agora é tentar perceber se conseguimos encurtar esta paragem para evitar falências em massa de empresas”, aponta.

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Nota:

Declarações produzidas no contexto do webinar ‘A Agricultura em tempo de crise’ promovido pela consultora Consulai , que pretendeu refletir e antecipar o futuro próximo no contexto Covid-19. O debate envolveu um leque de oradores e comentadores, entre os quais a gestora Gabriela Ventura, o jornalista Camilo Lourenço, o economista João Duque e o consultor João Pacheco, num debate moderado pelos organizadores, Luís Mira da Silva e Pedro Santos, da Consulai.


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