Criada comissão de acompanhamento para gestão comum da bacia hidrográfica do Tâmega

A Câmara de Chaves anunciou hoje a criação de uma comissão de acompanhamento para a gestão e planeamento comum da bacia hidrográfica do Tâmega, que vai elaborar um diagnóstico e delinear um plano de ação para este rio.

A comissão de acompanhamento junta os municípios português e espanhol que constituem a eurocidade Chaves-Verín, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Confederação Hidrográfica do Douro e propõe “lançar as bases para uma gestão integrada do rio Tâmega”.

“Nós temos vindo, ao longo dos últimos anos, a mostrar alguma preocupação com questões que têm a ver com a bacia do Tâmega e todas as atividades ribeirinhas e que afetam quer a qualidade da água, a quantidade de água e os impactos decorrentes das inundações, cheias e que agora ganharão maior acuidade devido às alterações climáticas”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz.

E foi, acrescentou, com o objetivo de melhorar a gestão conjunta da bacia hidrográfica do Tâmega, rio internacional que nasce em Espanha e desagua no rio Douro, em Portugal, bem como melhorar a qualidade da água do seu corredor ambiental que foi criada a comissão de acompanhamento.

De acordo com o município de Chaves, já foi definido um cronograma, a metodologia de trabalho, as áreas de atuação e os objetivos a serem alcançados.

As primeiras tarefas a concretizar consistem na elaboração de um diagnóstico e plano de ação da bacia do rio Tâmega, em áreas que possam afetar a gestão comum, quer ao nível da gestão e monitorização da água, energia, ambiente e biodiversidade, setor agroalimentar e economia circular, reabilitação do corredor ambiental e seu usufruto pela população.

“O que se pretende no imediato é compilar toda a informação técnica que existe sobre esta bacia, do lado português e do lado espanhol, tentar elaborar um plano conjunto com informação que seja comparável, estabelecer até maio a estrutura e o âmbito das ações a desenvolver”, afirmou Nuno Vaz.

Este é, segundo o autarca, “apenas o ponto de partida” para serem lançadas as bases para “a criação de instrumentos e de ações que permitam melhorar a qualidade da água, que permitam medir o caudal, garantir o caudal o ecológico” e também fazer estudos sobre medidas que possam vir a ser implementadas no âmbito das alterações climáticas.

Nuno Vaz salientou que se ambiciona reduzir os contaminantes do rio, quer a nível de efluentes quer da atividade agrícola, promover uma maior racionalidade nos consumos de água, incrementar atividades económicas, turísticas e desportivas e ainda criar o observatório do rio Tâmega, que agregaria toda a informação relativamente a este rio, desde o seu nascimento na serra de são Mamede, em Espanha, até ao rio Douro, onde desagua.

Na segunda-feira, decorreu uma reunião da equipa de trabalho, na sede do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) eurocidade Chaves-Verín, que contou com a presença da APA, da Confederação Hidrográfica do Douro, da Administração Hidrográfica do Norte, de um representante do Governo de Ourense (Espanha), e dos municípios de Chaves e Verín.


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