A confederação agrícola italiana, Confagricoltura, pediu hoje a ajuda dos bancos para apoiarem os criadores que tiveram de abater 18 milhões de aves, desde outubro, para conter uma epidemia de gripe aviária.
De acordo com a AFP, foram identificados 308 focos de infeção, até ao momento, sobretudo em grandes quintas nas regiões da Lombardia e Veneto, no norte do país.
Segundo o Instituto de Zooprofilaxia Experimental de Véneto, as criações de aves italianas são as mais afetadas na Europa.
De acordo com aquele instituto, a epidemia está praticamente contida no território italiano, tendo-se registado apenas uma dezena de novos focos em todo o país, desde o início do ano.
No entanto, o prejuízo económico é significativo, depois de os criadores italianos terem abatido 18 milhões de animais, desde o início da epidemia, em meados de outubro, principalmente perus, mas também galinhas poedeiras.
“A situação económica e financeira de muitas quintas tornou-se insustentável. O setor avícola está a atravessar um período extremamente crítico”, alertou o líder da Confagricoltura, Massimiliano Giansanti, em comunicado.
A confederação pediu aos bancos que suspendam os empréstimos vencidos e reprogramem aqueles que estão pendentes.
Por sua vez, o Governo indicou que vai recorrer a fundos europeus para compensar os criadores “prejudicados por restrições à circulação de animais e ovos” nos últimos meses.
A avicultura italiana tem 18.000 quintas e emprega 38.000 pessoas, tendo faturado 4,1 mil milhões de euros em 2021.
Já nos Países Baixos, as autoridades abateram hoje mais de 200.000 pintainhos em duas quintas atingidas com focos de gripe aviária.
Na semana passada, o Governo francês anunciou que vai abater até 2,5 milhões de aves em quintas do sudoeste do país para tentar conter a expansão de casos de gripe aviária, quando já tinham sido identificados mais de 230 focos da doença.
Em Portugal, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) reportou surtos em Setúbal, Constância, Peniche e Vila Nova da Barquinha.