A edição do genoma é uma tecnologia emergente que ajuda os melhoradores de plantas a desenvolver variedades de sementes que atenuam o impacto das alterações climáticas na agricultura.
Nos últimos 120 anos, os melhoradores de plantas fizeram progressos notáveis no desenvolvimento de novas variedades com características inovadoras, incluindo o aumento da produtividade. No entanto, ao ritmo a que as alterações climáticas se têm feito sentir, os métodos tradicionais de melhoramento não serão suficientes para desenvolver as variedades necessárias para garantir a segurança alimentar e amenizar o problema do aumento de CO2. Mas já estão disponíveis novas ferramentas para ajudar a resolver este problema. Na última década, com o surgimento da edição genética, os cientistas podem introduzir alterações precisas no genoma da planta, acelerando a produção de novas variedades de plantas, inclusive variedades resistentes aos stresses induzidos por um clima em mudança e variedades que capturam e armazenam o excesso de CO2 na atmosfera.
Resistência a pragas
As alterações climáticas podem tornar as plantas mais susceptíveis a danos por insetos e agentes patogénicos fúngicos e bacterianos. A edição do genoma ajuda os melhoradores de plantas a introduzir mais rapidamente genes de resistência em variedades comerciais.
Tolerância ao calor, seca e inundações
As variedades do futuro têm de ser mais tolerantes ao calor, seca e inundações. A edição do genoma ajuda os cientistas a compreender a base genética destas características, e depois a utilizar essa informação para criar variedades tolerantes.
Sequestro de carbono
As plantas capturam naturalmente o carbono da atmosfera e sequestram-no no solo, mas o carbono regressa à atmosfera após a morte das plantas. A edição do genoma pode ser utilizada para aumentar a quantidade de carbono armazenada nas plantas, ao mesmo tempo que o captura em compostos mais resistentes à decomposição.
Melhorar a fotossíntese
A edição do genoma pode ser utilizada para alterar a arquitetura e o metabolismo das folhas a fim de alcançar uma fotossíntese melhorada. O aumento da fotossíntese aumenta o rendimento, ao mesmo tempo que aumenta a tolerância à seca.
Aceleração da domesticação de plantas
As mudanças nos genes reguladores resultaram na transformação física dos progenitores selvagens nas culturas modernas altamente produtivas de que dependemos para a alimentação. A edição de genomas pode acelerar grandemente este processo de domesticação de plantas para ajudar a sociedade a utilizar espécies mais diversas para a alimentação em tempos de clima mais extremo.
Saiba mais no novo relatório da SoAR – Supporters of Agricultural Research Foundation, “Potential impacts of genome editing on climate adaptation and mitigation”.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.