O Reino Unido vai realizar neste outono os primeiros ensaios de campo na Europa com trigo geneticamente editado.
O instituto Rothamsted Research, no Reino Unido, recebeu autorização do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do RU para realizar uma série de testes de campo com trigo geneticamente editado. Os ensaios começam já neste outono, sendo a primeira vez em toda a Europa que se fazem testes de campo com trigo geneticamente editado.
O trigo foi editado com a tecnologia CRISPR para reduzir os níveis da asparagina, um aminoácido natural que é convertido em acrilamida, um composto carcinogéneo, quando submetido a temperaturas elevadas (por exemplo, quando o pão é torrado). De acordo com o líder do projeto, Professor Nigel Halford, os níveis de asparagina podem ser reduzidos substancialmente no trigo sem comprometer a qualidade do grão.
Nas experiências em laboratório, os investigadores conseguiram reduzir substancialmente as concentrações de asparagina no grão das plantas geneticamente editadas (em comparação com as plantas não editadas) – numa das linhas, a redução foi mais de mais de 90%.
Para além da quantidade de asparagina no grão de trigo, estes ensaios pretendem avaliar outros aspetos do desempenho do trigo, como rendimento e teor de proteína.
Apesar das diferenças, a edição do genoma está sujeita à regulamentação dos OGM, o que tem travado na Europa a aplicação de uma tecnologia que está a ganhar terreno em muitas outras partes do mundo.
Com estes ensaios de campo, a esperança dos investigadores é que a consulta pública do governo britânico, atualmente a decorrer, leve à criação de uma nova legislação no Reino Unido, permitindo que produtos alimentares geneticamente modificados, e devidamente regulamentados, estejam disponíveis para os consumidores.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.