
A Universidade dos Açores (UAc) apresentou, no Pavilhão da
Associação Agrícola de São Miguel, em Santana, a primeira edição do
Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Agroindústrias no polo de
Ponta Delgada, de forma a colmatar as necessidades da indústria
agrícola da ilha.
Segundo a vogal da Comissão Instaladora da Escola
Superior de Tecnologias e Administração da UAc, Paula Andrade, este
curso já havia sido ministrado pela universidade no polo de Angra do
Heroísmo, em 2020, e vem agora responder ao apelo dos empresários de São
Miguel.
“Esta nova comissão, que tomou posse em setembro do ano
passado, fez uma auscultação junto dos empresários e câmaras de comércio
e esta foi uma das áreas que surgiu com maior necessidade
essencialmente na ilha de São Miguel. Nesse sentido, fazemos a aposta em
trazer o curso para cá”, adiantou.
Em declarações ao Açoriano
Oriental, Paula Andrade realça que o curso de dois anos confere uma
qualificação profissional de nível V e terá início em setembro, tendo já
decorrido a primeira fase de candidaturas que contou com mais de 300
interessados para apenas 25 vagas.
“Mas um dos critérios que temos
consiste em ter 50% das vagas para alunos regionais. Isto é importante
porque se trata de uma medida para fixar talento e mão-de-obra
necessária às nossas empresas”, ressalvou.
Paula Andrade considerou
que as mais valias deste curso em Agroindústrias passam por “um maior
nível de qualificação e também preparação imediata para entrar no
mercado de trabalho”, uma vez que conta com “uma carga muito elevada de
formação prática, entre as 545 horas e 862 horas”, assinalou.
Este
curso terá como principal saída profissional o exercício de “funções de
quadro intermédio em assessoria à gestão nas várias indústrias ou até
mesmo por conta própria”.
Segundo Paula Andrade, o mercado já está a
responder à oferta letiva da UAc, sendo já oferecidas “mais de 30 vagas
de estágio tendo em conta a oferta das empresas com quem fizemos
protocolos”.
O presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge
Rita, confirmou as necessidades das indústrias de produção agrícolas
regionais, salientando que os “alunos têm trabalho garantido, hoje mais
do que nunca”.
“Há necessidade no mercado. Para já temos muita falta
de mão-de-obra qualificada e o setor tem vindo a crescer, a
modernizar-se e a valorização dos produtos passará por aportar mais
conhecimento. Queremos a valorização pela excelência daquilo que
fazemos”, considerou.
Para Jorge Rita, a formação é “indispensável”
para valorizar os produtos oferecidos pelo setor agrícola, salientando
que a Associação “abre as suas portas para o pessoal que depois precisar
de estagiar”.
“Este tipo de parcerias com a Universidade e o Governo
dos Açores, no sentido em que a formação possa dar um salto
qualitativo, é indispensável para qualquer setor de desenvolvimento
económico da Região Autónoma dos Açores. Só crescemos, só nos
desenvolvemos se tivermos uma boa comunicação e uma boa formação”,
frisou.
A apresentação do curso contou também com a presença do
diretor regional da Qualificação Profissional e Emprego, Renato
Medeiros, e de alunos do curso de Agropecuária da Escola Profissional da
Ribeira Grande, além de empresários regionais da área da produção
industrial.