Se olharmos para o mapa do nosso país, a região do Dão, localizada no interior do Centro de Portugal, forma um coração. E é precisamente do amor das gentes daquela terra que nascem os vinhos do Dão.
Aprodução de vinhos do Dão será provavelmente uma das mais antigas do nosso país. De facto, não se sabe com exactidão quando começou a prática da vitivinicultura no Dão, apenas que é anterior à nacionalidade portuguesa e um reflexo das diferentes culturas que foram ocupando diversas zonas da Península Ibérica.
Assim, desde tempos imemoriais que o Dão é conhecido pela produção de vinhos de mesa, brancos e tintos, com perfil particular: vinhos nobres e elegantes, com algumas semelhanças com a afamada região francesa da Borgonha. Aliás, no século XIX, era significativa a exportação de vinhos do Dão para França e Brasil.
Sempre reconhecida como uma região privilegiada no país para a produção do vinho, foi a 18 de Setembro de 1908 que o Dão foi formalmente estabelecido como uma Região Demarcada, graças a uma Carta de Lei. Dois anos depois, a 25 de Maio de 1910, chega o regulamento para a produção e comercialização dos vinhos aí produzidos, com o Decreto regulamentador. O Dão tornou-se então a primeira região de vinhos não licorosos a ser demarcada e regulamentada no nosso país.
Desde essa data, há 114 anos, que o Dão mantém e potencia a qualidade dos vinhos da região, muito devido à entrega dos pequenos vitivinicultores da região, também designados como “petit vignerons”. Com efeito, o Dão é uma região com uma enorme expressão numérica de “petit vignerons”, e o presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, Arlindo Cunha, valoriza o seu contributo para o sucesso dos vinhos da região: “O que faz a dinâmica e a notoriedade de uma região produtora de vinhos de qualidade é a diversidade do seu tecido produtivo: desde logo os “vignerons”, mas também as empresas de carácter mais […]