Graças ao trabalho dos Eurodeputados o Relatório que foi ontem votado no Parlamento Europeu recentrou a necessidade de se combater o consumo nocivo de bebidas alcoólicas no combate ao cancro e não o consumo per si.
O conceito de que não há nível seguro de bebidas alcoólicas é enganador e simplista, porque não considera os padrões de consumo, o estilo de vida das pessoas e até os seus antecedentes familiares.
O cancro é uma doença multifatorial, por isso não se pode dizer que há uma relação direta entre o consumo de vinho, de forma moderada, e o aparecimento de vários tipos de cancro.
A evidência científica indica que beber vinho com moderação, à refeição, no âmbito da dieta mediterrânea associado com exercício físico e um estilo de vida saudável, contribui para o aumento da expectativa de vida e bem estar geral, com a diminuição de uma série de doenças como por exemplo diabetes ou doenças coronárias.
O setor do vinho apoiou desde o início a iniciativa europeia de combate ao cancro, mas reitera a necessidade de todas as políticas terem uma base científica sólida e serem proporcionais aos impactos económicos que podem causar.
O setor do vinho é muito importante em Portugal, contribui de forma significativa para a economia nacional, as exportações e para a fixação de população no interior, é um setor responsável e irá continuar a lutar contra o consumo abusivo de bebidas alcoólicas através do seu programa de responsabilidade social, Vinho Com Moderação.
Agora é tempo da Comissão Europeia trabalhar em medidas legislativas focadas no consumo abusivo do álcool, que não ponham em causa a nossa cultura, as nossas comunidades, os nossos territórios e que respeitem a nossa tradição gastronómica de que o vinho faz parte.
Álcool. A cruzada contra o cancro pode estampar-se nos rótulos