Demeter abre candidaturas a projectos tecnológicos para agricultura

Estão abertas até 18 de Novembro as candidaturas à primeira open call “Develop” do projecto europeu Demeter, a qual pretende «atrair startups e PME para o desenvolvimento de produtos tecnológicos com implementação no sector agrícola». Este projecto «visa a implementação, em larga escala, de plataformas interoperáveis baseadas em soluções IoT (Internet das Coisas), que sejam relevantes para o sector agrícola», explica um comunicado do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec).

O projecto Demeter (Building an Interoperable, Data-Driven, Innovative and Sustainable European Agri-FoodSector) disponibiliza 300.000 euros para «apoiar a integração e interoperabilidade de soluções tecnológicas inovadoras em terrenos agrícolas por toda a Europa». As candidaturas a esta primeira open call estão abertas a PME [Pequena e Média Empresa] e startups com sede legal em qualquer Estado-membro da União Europeia, em qualquer país associado ao programa Horizonte 2020 (H2020) ou em qualquer país ou território ultramarino à União Europeia.

Segundo o comunicado, as propostas devem abordar um de cinco temas: «monitorização da humidade/qualidade do solo; aplicações interoperáveis para georreferenciação de fotos; soluções com ISOBUS [padrão de comunicação]; soluções de blockchain para a agricultura; integração de processos de negócios». Vão ser seleccionadas entre oito a 12 das propostas submetidas e cada uma delas vai receber até 30.000 euros.

Cada um dos projecto escolhidos «terá apoio por parte de especialistas da indústria, com vista ao desenvolvimento de aplicações, e acesso a locais para a realização de projectos-piloto, bem como a toda a arquitectura de referência Demeter». Desta forma, refere o comunicado, as entidades seleccionadas terão «a oportunidade de reformular tecnologia criada em contexto de PME, com vista à sua implementação e interoperabilidade com a plataforma Demeter».

Financiado em cerca de 15 milhões de euros pelo programa de investigação e inovação da União Europeia H2020, este projecto conta com 20 pilotos, em cinco áreas – culturas temporárias, agricultura de precisão, frutas e legumes, pecuária, cadeia de abastecimento –, promovidos em 18 países. Em Portugal, o piloto de IoT (Internet of Things) aplicado a culturas arbóreas é liderado pelo Inesc Tec e conta com a participação do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), Ubiwhere, Cooperativa de Amarante e Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (Fenadegas). O Inesc Tec também participa no piloto de culturas temporárias.

O comunicado indica que, neste piloto, nos dois primeiros anos, serão considerados quatro campos de testes – dois de vinhas, um de olival e um de macieiras – e que «em todos eles serão recolhidos dados que permitam validar sistemas de apoio à rega, fertilização e tratamentos de doenças». A empresa Ubiwhere «irá desenvolver uma plataforma na cloud de acesso livre aos pequenos e médios agricultores».


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