Dependência da lenha aumenta pressão sobre floresta moçambicana

 

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 –  09-06-2013

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Depend�ncia da lenha aumenta pressão sobre floresta mo�ambicana

Pelo menos 74,3 por cento da popula��o de Mo�ambique usa lenha como principal fonte de combust�vel, sobretudo para cozinhar, devido � aus�ncia de energia el�ctrica, aumentando a pressão sobre as florestas, alertam as autoridades.

"O uso de combust�vel lenhoso � uma questáo cultural, � aquele recurso que as comunidades sempre usaram, o maior problema � a forma como ultimamente isto tem acontecido", disse � Lusa Natércia Nhabanga, directora provincial de Coordena��o da Ac��o Ambiental (DPCA) de Manica.

O Inqu�rito Demogr�fico e de Saúde (IDS) de 2011, divulgado em Maio �ltimo, para diagn�stico da caracterástica da popula��o e do seu parque habitacional, indica que 74,3 por cento da popula��o mo�ambicana depende de lenha para cozinhar.

A percentagem dos agregados familiares que tem energia el�ctrica passou de 5,1 (em 2003) para 22,2 em 2011, uma "taxa ainda muito baixa de cobertura", indica o mesmo inqu�rito que entrevistou 1.195 agregados familiares em Manica (13.964 no pais).

"A energia � cara, se tivesse que usar energia para cozinhar, ent�o o sal�rio apenas serviria para pagar a conta de luz. Tenho recorrido a carv�o vegetal ou lenha para confeccionar alimentos, mas Também estáo cada dia mais caros", disse � Lusa Virg�nia Rosse, residente em Chimoio, Manica (centro), enquanto soprava o fogo, entre troncos de madeira cruzados.

organizações não-Governamentais (ONG) mo�ambicanas defendem que, enquanto a popula��o não dispuser de alimenta��o suficiente e de qualidade, �gua, energia el�ctrica e outros serviços b�sicos, será dif�cil equacionar a sustentabilidade dos recursos florestais, em devasta��o.

A pressão sobre a floresta, disse Nhabanga, j� se reflecte nas maiores dist�ncias que as mulheres percorrem para irem atr�s da lenha para cozinhar ou vender.

"Estamos a trazer, de longe, esta lenha, por isso vendemos a este pre�o, mas mesmo assim não recompensa todo o esfor�o", disse � Lusa Teresa Cinco, vendedora no mercado 7 de Setembro em Chimoio, a capital de Manica.

Outra grande pressão sobre as florestas prov�m dos grandes centros prisionais, hospitais com internamentos, padarias e escolas com internatos, que ainda não se adaptaram a tecnologias de sustentabilidade dos recursos faun�sticos.

Para travar o avanão na devasta��o de áreas de conserva��o, as ONG indicam como alternativas o pagamento da popula��o para a conserva��o das florestas, o reflorestamento das áreas arruinadas e a criação de microprojetos para benef�cio comunitário, em troca da defesa ambiental.

"N�s, como sector do ambiente, além de sensibilizarmos as comunidades para o plantio das �rvores, inici�mos, em 2012, a capacita��o de grupo de mulheres em Guro, Tambara, Macossa (norte), e, em 2013, em Machaze (sul), no fabrico e uso de ‘fog�o poupa lenha’", precisou Natércia Nhabanga.

A iniciativa pretende reduzir até 75 por cento do consumo de lenha, ou seja, a mesma quantidade de lenha usada para duas refei��es por dia, poder� servir para uma semana. O projecto será estendido para as pris�es, hospitais, padarias e internatos.

"Estamos a trabalhar, primeiro, para fortalecer a capacidade das associa��es de mulheres para produ��o e uso de ‘fog�es poupa lenha’, mas Também junto aos grandes centros para reduzir as quantidades di�rias ou anuais de lenha que usam para confeccionar alimentos", concluiu Natércia Nhabanga.

Fonte:  Lusa


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