As campanhas agrícolas estão a ser penalizadas por factores como a seca e o aumento dos custos de produção, cujo impacto é mitigado pelo aumento dos preços de venda dos produtos agrícolas.
A dependência de Portugal de países terceiros para o consumo de cereais deverá agravar-se a partir do próximo Outono, altura em que a produção nacional desta matéria-prima poderá cair entre 10% e 15%. A previsão é do Instituto Nacional de Estatística (INE), que aponta ainda que o Canadá, o Brasil e a Polónia estão a ocupar o lugar da Ucrânia enquanto fornecedores de milho, um dos cereais onde Portugal apresenta um elevado défice comercial.
Os dados são publicados nas previsões agrícolas relativas a Maio, publicadas pelo INE nesta quarta-feira. “As previsões agrícolas, em 31 de Maio, apontam para a normal instalação das culturas de Primavera, numa conjuntura fortemente marcada pela seca, pela escalada dos custos com os meios de produção, pela subida dos preços dos produtos agrícolas e pela suspensão das transacções comerciais com a Rússia e a Ucrânia”, começa por referir o INE.
No que diz respeito ao milho, o INE prevê um aumento de 5% na área semeada, evolução que “terá um impacto reduzido na satisfação das necessidades de abastecimento (em média, a produção nacional representa apenas 25% do consumo interno)”. Assim, e apesar do “significativo aumento dos preços dos meios de produção, sobretudo dos fertilizantes, energia e combustíveis”, o balanço da campanha de milho “deverá ser marginalmente positivo”. Com o aumento de 5% da área semeada, atingir-se-ão os 78 mil hectares, “valor muito próximo da média do último quinquénio.
Ainda assim, nos últimos 36 anos (desde a adesão de Portugal à CEE), a área de milho diminuiu a um ritmo médio anual de 2,7%, agravando a dependência externa de Portugal. Essa dependência […]