O incêndio de 16 de Setembro destruiu milhares de hectares de floresta e pasto em Penalva do Castelo. Praticamente um mês depois os apoios aos produtores de gado ainda só chegaram através da autarquia.
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Passou praticamente um mês, mas a memória deste pastor não esquece. O fogo destruiu grande parte da Floresta de Penalva do Castelo e os pastos a dezenas de rebanhos são ovelhas tratadas e cuidadas para produzirem o melhor leite para queijo Serra da Estrela.
A natureza recuperou mais depressa o verde da paisagem do que aqui chegaram os apoios. Os animais já comem, mas falta a palha e o mato para o que os pastores chamam de cama dos animais.
“Os animais têm de ter cama e não têm. Não há palhas, não há estrumes, não há nada. Nos outros anos cortávamos cardumes, tinham sempre muito mato. Este ano não há, não temos nada”, diz Hélio Tavares, pastor
“Se a ajuda não vier, aqueles que dependem da agricultura, esses certamente terão de a abandonar, e os outros que fazem disto um complemento esses facilmente desistem porque quem depois do seu trabalho, depois do dia a dia nos fins de semana se dedica a manter este território com alguma agricultura, se não tiver ajuda vai desistir e vai desanimar. Eu ando no terreno todos os dias e é isso que sinto deles todos”, explica José Laires, vice presidente da câmara municipal de Penalva do castelo
A única ajuda até agora do estado central chegou no final desta semana. 18 produtores receberam ajudas até 6 mil euros. No total 104 mil euros chegaram a Penalva do Castelo pela mão do primeiro-ministro.
Muito pouco para um concelho onde se contabilizam 400 lesados, entre eles 95 pastores. A prioridade da autarquia local foi alimentar os rebanhos. 800 fardos e 180 sacos de ração. Mesmo assim pouco para as necessidades, mas muito mais do que chegou do Ministério da Agricultura.
Só em Penalva do castelo, o incêndio que começou a 16 de setembro matou vários animais e condicionou a pastorícia a mais de 2200 cabeças de gado.