DGAV afirma que presença de pesticidas “não deve, por si só, constituir motivo de alarme”

A “Pesticide Action Network” (PAN), rede de mais de 600 ONG, instituições e pessoas, divulgou um estudo europeu relativo a 2019, segundo a qual as maçãs (58%) e peras portuguesas (85%) estavam no 2º lugar das com maior taxa de contaminação por pesticidas perigosos. Em resposta, a DGAV esclarece que a sua presença “não deve, por si só, constituir motivo de alarme sem que estejam associados a níveis que constituam risco”.

Em comunicado, a entidade explica que é por este motivo que a utilização de pesticidas na produção agrícola está sujeita a Limites Máximos de Resíduos que visam a segurança dos alimentos para o consumidor. “Esta informação está omissa na análise disponibilizada no Relatório da ONG “Pesticide Action Network, Europe”, segundo o qual a mera presença de resíduos, foi considerada para os efeitos do estudo”, declara a DGAV.

“O controlo de resíduos de pesticidas coordenado anualmente pela DGAV, evidencia níveis de cumprimento significativos dos Limites Máximos de Resíduos em vigor. É igualmente importante destacar que os pesticidas de especial preocupação analisados no relatório da ONG “Pesticide Action Network, Europe” e tidos como candidatos a substituição, como o próprio nome indica, são substâncias que devem ser substituídas por alternativas de menor preocupação, sempre que essas alternativas existam”, nota.

Segundo a entidade, os dados europeus mostram que Portugal possui uma tendência de redução acima da média europeia. Os valores nacionais atingidos no que respeita ao uso de substâncias candidatas à substituição, relativos ao ano 2020, foram de 46%, já abaixo da meta da redução de 50% previsto na Estratégia do Prado ao Prato, para 2030.

Em declarações aos jornalistas, a ministra da agricultura e alimentação, Maria do Céu Antunes, admitiu que o ministério não tinha conhecimento do estudo. No entanto, deu conta da estranheza que sentiu em relação a vários aspetos do relatório, designadamente o facto de não discriminar valores.

“Este estudo – nós não o conhecemos, nós tivemos acesso a ele pela comunicação social – tem algumas questões que nos parecem muito estranhas, como por exemplo não dizer qual é o valor de que estamos a falar e com que limite é que foi comparado”, afirmou, em declarações citadas pela agência Lusa.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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