Para assinalar o Dia da Produção Nacional, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), disponibiliza um conjunto de indicadores sobre a agricultura em Portugal, que abrangem temas como a produção, o emprego ou o peso económico do sector.
Este ano, o sector agrícola tem estado no centro das atenções devido a vários e complexos desafios que tem enfrentando, como a seca, uma das mais severas das últimas décadas, e a guerra da Ucrânia, que provocou um agravamento da inflação e um aumento exponencial dos preços da energia e de alguns produtos agrícolas fundamentais.
Estes dados fazem um retrato aprofundado de um sector fundamental para a economia e para a sociedade, demonstrando, por exemplo, que:
- Os cereais são a quarta cultura agrícola com maior produção em Portugal: 1 milhão de toneladas em 2020. No entanto, já foi a principal com uma produção de 1,7 milhões de toneladas em 1986.
- A agricultura é um sector com cada vez menos trabalhadores: em 1989, Portugal tinha 1,5 milhões de agricultores (16% da população residente) e, em 2019, eram cerca de 650 mil (6% da população residente).
- O salário médio dos trabalhadores do sector da Agricultura e Pescas é de 823€, menos 21% do que o dos trabalhadores por conta de outrem, em geral. São menos 219€ por mês. Só no sector dos Alojamentos e Restauração se ganha menos.
- Portugal tem cada vez menos explorações agrícolas: em 30 anos, reduziu em mais de metade o seu número.
- Hoje, praticamente metade da superfície agrícola em Portugal serve para pastagens permanentes (52%) destinadas à produção pecuária. Mas em 1989, o peso do território destinado à pecuária representava 1/5 da superfície (21%).
- A riqueza criada pela Agricultura em 2021 foi de 3,5 mil milhões de euros. Descontando a inflação acumulada ao longo dos anos, este valor tem vindo a diminuir desde o início dos anos 80. Nessa década, a agricultura gerava mais do dobro da riqueza actual.
- Em 2020, Portugal recebeu 170 milhões de euros em ajudas ao investimento na Agricultura. A preços constantes, desde que Portugal entrou na União Europeia, o valor mais alto foi em 1989, quando Portugal recebeu 2,5 vezes mais do que em 2020.