Se é verdade que um dos principais problemas dos produtos agro-alimentares com denominações (DOP, IGP) é a falta de conhecimento da parte dos consumidores/compradores sobre o seu significado, não é menos verdade que a falta de segmentação contribui para uma maior dificuldade no escoamento dos produtos.
Segmentar é, resumidamente, escolher, seleccionar a quem pretendemos vender os nossos produtos ou a dirigir a nossa comunicação. É por demais evidente que não é mais possível querer vender a “todos” da mesma forma e ao mesmo tempo.
Um dos público-alvo destes produtos é naturalmente a distribuição. Acções de comunicação direccionadas para a distribuição com o objectivo de demonstrar a importância deste produtos na cadeia de valor dos seus negócios. Desta forma serão diminuídos alguns dos estrangulamentos à comercialização destes produtos. Mas que distribuição?
Quando se fala de distribuição a associação “natural” são os hipermercados. Mas porque não apostar nos Mercados Abastecedores onde se centralizam muitos dos negócios ao nível do pequeno comércio e do canal HORECA 1 . Porque não ir directamente para a Restauração, por exemplo enviando informações sobre os benefícios destes produtos e as suas diferenças face aos demais. Como poderemos “exigir” que os “chefes” ou um responsável de compras de um restaurante use estes produtos se não lhes for dada a informação/ formação necessárias (p. ex. através de workshops).
Que diferença seria ver nos menus dos nossos restaurantes: “Queijo Serpa-DOP”, “Posta Barrosã-DOP” com “Castanha do Marvão – DOP” e para sobremesa “Cereja da Cova da Beira – IGP” (com a natural explicação ao consumidor sobre o significado de DOP e IGP)…
Celso Guedes de Carvalho
Bacharel em Gestão de Marketing
Evoluir – Comunicação & Imagem, Lda
Promoção dos produtos tradicionais portugueses (qualificados) – Celso Guedes de Carvalho