As ideias de Gregor Mendel e os seus princípios da hereditariedade ecoaram rapidamente em Portugal. Em 1904, surgia o primeiro artigo sobre os trabalhos de Mendel.
A genética não demorou a chegar a Portugal, a partir da redescoberta das ideias do abade e cientista Gregor Mendel. No entanto, demoraram a implementar-se. Apenas na década de 1930 surgiram os primeiros artigos originais sobre genética em Portugal, com a primeira disciplina dedicada a esta área a aparecer em 1929-30, na Universidade de Coimbra.
O percurso da genética em Portugal é sinuoso, mas, ainda assim, começou mais cedo. Depois da redescoberta dos trabalhos de Mendel sobre a hereditariedade em plantas da ervilha, em 1900, os ecos deste estudo não demoraram muito a chegar a Portugal. Quatro anos depois, já Gonçalves Sousa escrevia na Revista Agronómica um artigo detalhado sobre os princípios enunciados por Mendel e por De Vries, este último era um dos investigadores que redescobriu o trabalho de Mendel.
Apesar da rapidez auspiciosa com que o tema chegou a Portugal, os anos seguintes trouxeram poucas novidades. Só na década seguinte voltamos a encontrar referências: a tese do agrónomo Armando Cortesão (mais tarde atleta olímpico e historiador) e uma outra tese do também agrónomo Ruy Ferro Mayer apresentavam várias referências aos princípios de Mendel e à genética.
No estrangeiro, aparecia a primeira investigação original de um investigador português em genética. Na Universidade de Sorbonne, Matilde Bensaúde defendeu a sua tese na área de genética em 1918, com um estudo sobre a sexualidade dos basidiomicetes (um tipo de fungos). A investigadora portuguesa viria a ser a única mulher entre os fundadores da […]