A região do Douro está a contratar cerca de quatro milhões de euros do pacote de medidas de apoio à crise no setor dos vinhos, anunciou hoje a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
“Numa primeira fase, disponibilizámos 18 milhões de euros para medidas de crise, destilação e armazenamento. A região do Douro está a contratar cerca de quatro milhões de euros, dos 11 milhões que foram utilizados”, disse a governante aos jornalistas, no final de uma visita à Quinta do Pessegueiro, no concelho de São João da Pesqueira.
Maria do Céu Antunes afirmou que, como também importava ter uma medida que pudesse ajudar o vinho do Porto, foi criada uma “reserva qualitativa de cinco milhões de euros, que vai permitir guardar dez mil pipas”.
Esta foi uma das medidas anunciadas pelo Ministério da Agricultura para apoiar a Região Demarcada do Douro e visa criar condições aos produtores para escoar a produção da vindima de 2020, minimizando os efeitos nos seus rendimentos, decorrentes da redução do consumo e da quebra de mercados, uma consequência da crise provocada pela pandemia de covid-19.
“Estamos a falar diretamente em medidas de crise para esta região de nove milhões de euros”, frisou Maria do Céu Antunes.
A governante admitiu que este apoio é apenas parte do prejuízo do setor, mas realçou que o Governo teve em consideração “os custos acrescidos nos fatores de produção por ser uma região de montanha”.
No que respeita ao programa Vitis, ainda que não seja destinado a medidas de crise, mas que tem permitido fazer a renovação das vinhas, este ano a dotação foi aumentada de 50 milhões para 73,5 milhões.
“O Douro contratou cerca de metade deste montante”, sublinhou.
Na sua opinião, estas medidas, “direta e indiretamente ligadas à crise pandémica, têm um efeito positivo” na região do Douro.
“O Douro representa 38% das nossas exportações de vinho, 23% da nossa área de vinha em todo o país e, portanto, atendendo à circunstância difícil (prevê-se uma quebra de 20% este ano neste setor), imediatamente fomos criando condições para disponibilizar ao setor um suporte financeiro”, afirmou.
Questionada sobre o processo eleitoral da Casa do Douro, a ministra da Agricultura disse que “o processo não está a andar”.
“Aquilo que queremos, neste momento, é criar condições para resolver o que diz respeito à regularização do património da Casa do Douro, para se poderem regularizar passivos que existem ainda. Depois, o processo eleitoral acontecerá de uma forma mais segura para dar continuidade a um processo que entendemos que é de especial importância para esta região”, referiu.