Duplicaram marcas de vinhos DOC de Portalegre no mercado em 2022, mas a falta de mão de obra é um problema

O presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Alentejo, Francisco Mateus, reconhece o caráter único dos vinhos produzidos na subregião de Portalegre, um das mais pequenas do Alentejo. E aponta a falta de mão de obra como um problema para quem está no terreno

É uma das áreas de vinha mais pequenas do Alentejo, a seguir a Moura e Granja-Amareleja. Nos últimos anos tem assistido a um aumento crescente de interesse de produtores não só de outras zonas do Alentejo, como do país, nomeadamente do Douro. A Serra de São Mamede assiste a uma dinâmica, que se pode comprovar com a duplicação do número de marcas. Francisco Mateus aponta os desafios deste território com características únicas.

O que representam os vinhos da Serra de São Mamede para o território dos vinhos do Alentejo?

A sub-região de Portalegre da DOC Alentejo, onde se enquadram os vinhos da Serra de São Mamede, compreende 640 hectares de vinha cuidados por 170 viticultores, representado cerca de 3% da área total da região do Alentejo.Produz anualmente 800 mil litros de vinho destinados a DOC (menos de 1% da produção total do Alentejo), dos quais 300 mil litros são colocados no mercado com a indicação Portalegre (médias das quantidades nos últimos 5 anos). É uma das mais pequenas sub-regiões da DOC Alentejo, caracterizada pela altitude, predominância de solos graníticos/quartzo e clima mais fresco, que conferem uma marca distintiva aos vinhos.

Nos últimos anos a região tem assistido a uma procura crescente de produtores oriundos de outras regiões. Quais os maiores desafios desta nova realidade?

A entrada de novos produtores é um indicador de interesse e de novo investimento, que traz maior dinâmica também aos que já estão instalados e contribui para a notoriedade e maior visibilidade da região produtora. No caso da região de Portalegre, o fator altitude e idade da vinha trazem condicionantes à mecanização necessária, devido às dificuldades em cativar mão de obra, que é um grande desafio para todo o Alto Alentejo. […]

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